(Por Sarah Corrêa e Gabriela Rassy) – Ao definir seu novo longa, "Era uma Vez", Breno Silveira diz que esse filme "vê o lado humano, as relações, as possibilidades do amor diante da violência, dos empecilhos, do preconceito. Ele faz um traçado poético, um amor bonito, vai levando a pessoa com o plano de fundo dos outros filmes".
De fato, ao filmar essa película, o mesmo diretor de "Dois Filhos de Francisco" – maior bilheteria na história do cinema brasileiro, 5 milhões de telespectadores em 2005- conseguiu sintetizar o encontro entre as classes sociais representadas pela favela e pelo asfalto.
Breno funde lados distintos ao narrar o amor que nasce entre Dé (Thiago Martins), jovem morador do morro do Cantagalo e a garota Nina (Vitória Frate), residente do metro quadrado mais caro do Rio de Janeiro, em um apartamento na Avenida Viera Solto, de frente para o mar de Ipanema.
E, ao contar essa história, "o filme fala das pessoas invisíveis, da intolerância com o outro, do lugar do estrangeiro, das pessoas que a gente pré-julga e isso dói na alma das pessoas que estão do outro lado", explicou Breno ao Virgula.
Além das barreiras
Apesar da realidade das favelas no Rio ser uma constante nas periferias do Brasil afora, muitos ainda carregam grande preconceito contra a "Cidade Maravilhosa" e esse fator poderia ser um obstáculo para o filme conseguir atingir um público que ultrapassase essa barreira regional carioca.
Engano. Breno pontua: "Acho que é para qualquer cidade que vive fechada em guetos, acho que São paulo é até pior do que o Rio e a gente viu isso quando estourou o PCC. Em todos os lugares a periferia explode. A periferia de Paris explode, de São Paulo também, não só do Rio".
Outra questão que persegue o diretor é o sucesso de seu primeiro filme. O desafio de levar tanta gente ao cinema é iminente em "Era Uma Vez", porém Breno passa segurança ao falar do tal sucesso e lembra que essa película já vinha sendo pensada antes mesmo da história dos irmãos Camargo chegar às telonas.
"É um filme diferente… Ele está pronto há vários anos e eu queria que ele fosse o primeiro, mas na época ninguém quis ele. A cobrança mais é minha comigo mesmo. O 2 filhos é um fenômeno, esse eu não sei. Tem uma empatia do público que viu até agora, as pessoas se emocionam, riem, choram. Mas o publico que decide", afirma.
Basta, agora, conferir a partir do próximo dia 25 nas salas de projeção pelo país "Era uma vez", que como o próprio título sugere e o diretor afirma ser "uma fabula de amor". Porém, com um detalhe: a fábula que usa o asfalto e a favela para falar do preconceito, da falta de compreensão na tentativa de entender o outro lado. (Na imagem, o diretor Breno Silveira)
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