O deputado federal Wladimir Costa, do Solidariedade do Pará, um dos maiores defensores de Michel Temer no Congresso e “famoso” por fazer uma tatuagem em homenagem ao presidente e soltar confetes na votação do impeachment de Dilma Rousseff no Plenário, em 2016, deverá ser formalmente acusado de assédio sexual contra a jornalista Basília Rodrigues, da CBN.
A representação deve ser enviada pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que estuda a melhor forma de conseguir dar andamento ao processo.
“Estou conversando com o partido para ver se ele entra com a representação (para que o pedido vá direto para o Conselho de Ética da Câmara) ou se eu entrarei (para que o pedido passe pela Procuradoria Parlamentar da Casa). Isso deve ser definido entre hoje e amanhã, mas de uma forma ou de outra, o pedido será feito”, disse ele ao jornal O Globo.
O deputado justificou a atitude não só pelo caso contra a jornalista, mas pela postura de Wladimir no geral. Segundo ele, o político é agressivo e intolerante inclusive com seus colegas de bancada.
“Essa não é uma postura adequada para um deputado. A forma como ele trabalha é equivocada e tem grande rejeição da população. A conduta dele fere a ética e o decoro parlamentar quando agride a sociedade. Ele precisa ser advertido, não pode tratar assim pessoas que estão fazendo o trabalho delas”, afirmou.
Apesar de um caso de assédio representar decoro parlamentar, Delgado acredita que não seja o caso de pedir sua cassação, mas sim uma advertência e outras sanções previstas no Código de Ética da Câmara.
O caso de assédio ocorreu na última terça-feira, na véspera da votação da denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção, durante um jantar que reuniu o presidente e diversos deputados.
Na ocasião, Wladimir já tinha feito a tatuagem em homenagem ao político do PMDB. Naquele dia, surgiu a notícia de que o desenho seria temporário, ao contrário do que disse Costa, e Basília perguntou a ele se poderia mostrar o braço tatuado. “Para você só (mostro) se for o corpo inteiro”, respondeu ele.
10 coisas que você não deve dizer a vítimas de assédio e violência sexual
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