O crítico literário alemão, de origem polonesa Marcel Reich-Ranicki, conhecido como o “papa da literatura alemã”, morreu nesta quarta-feira aos 93 anos, informou o jornal Frankfurter Allgemeine.

Editor durante alguns anos das páginas literárias da publicação, Reich-Ranicki alcançou notoriedade ao participar de um programa de televisão no país.

O crítico, judeu e sobrevivente do gueto de Varsóvia, na Polônia, era um dos mais temidos, por suscitar polêmicas, principalmente envolvendo escritores consagrados. Seus textos, por outro lado, impulsionaram a carreira de autores como o espanhol Javier Marías ou o holandês Cees Nooteboom.

Com alguns dos grandes nomes da literatura alemã, como Günter Grass e Martin Walser, Reich Ranicki teve relação turbulenta.

No lançamento de O Tambor, livro que consagrou Grass, o crítico foi severo em uma resenha, se retratando depois. Depois de elogios em outras obras, houve rompimento definitivo depois da publicação de Uma Longa História. Reich-Ranicki escreveu na revista Der Spiegel que o texto era “ilegível” e ainda acusou Grass de minimizar a repressão na extinta Alemanha Oriental.

A polêmica aumentou ainda mais quando o crítico apareceu na capa da publicação em uma fotografia na qual demonstrava raiva ao rasgar a obra de Grass.

As críticas à obra de Martin Walser, por sua vez, afetaram tanto o escritor que o levaram a escrever Morte de um Crítico, na qual se imaginava a morte de um personagem claramente identificável como Reich-Ranicki.

Já consagrado como crítico literário, Reich-Ranicki escreveu sua autobiografia, chamada Minha Vida.


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Crítico considerado "papa da literatura alemã" morre aos 93 anos

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