(Da redação) Desemprego, restrições ao crédito, corte de gastos, orçamento apertado. Das várias turbulências provocadas pela crise financeira mundial, a rede pública de saúde é que pode ir para a UTI. Isso porque um dos primeiros cortes de gastos de famílias que estão com o orçamento apertado ocorre justamente nos planos de saúde privados.

Além disso, milhões de trabalhadores que estavam empregados e sob o guarda-chuva de planos privados foram demitidos e passam a contar apenas com o SUS (Sistema Único de Saúde).

Diante desse quadro, o governo avalia que serão necessários mais investimentos na saúde pública. "O desemprego aumentará a demanda do SUS", disse Antônio Alves de Souza, secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde. "Como o SUS é um sistema inclusivo, vindo mais pessoas para a inclusão tem que haver mais recursos", completou.

De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 40,8 milhões de brasileiros contavam com planos de assistência média privada em setembro de 2008. Destes, 35% dos beneficiários (cerca de 14 milhões de pessoas) têm os planos custeados diretamente por indústrias e empresas.

Arlindo de Almeida, presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo, ressalta que as empresas de planos de saúde não sentiram nenhum efeito da crise, mas estão em alerta. "Quando há  demissões normalmente as pessoas têm o direito de permanecer no plano, mas pagando o valor integral. Só que quem perde o emprego tem outras prioridades, precisa sustentar a família", explica.

(da Agência Brasil)

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Crise financeira pode sobrecarregar SUS

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