(Da redação) – US$ 114,15 bilhões (R$ 183 bilhões) é o valor hoje da maior cervejaria do mundo: a belga-brasileira InBev e a norte-americana Anheuser Busch. A compra da americana pela belga brasileira causou grande impacto no mercado de negócios, a partir desta segunda-feira, 14, quando a transação foi anunciada. Hoje, a companhia ocupará o terceiro lugar entre as empresas de bem de consumo, ficando atrás apenas da Procter & Ganble (produz desde pastilhas e salgadinho, passando por higiene pessoal, até ração para cachorro) e a Nestlé.
A fusão entre as cervejarias busca novos mercados, principalmente nos países emergentes – o Brasil está na lista – para as cervejas Budweiser e Bud Light, carro-chefe da Busch nos EUA, a empresa de cerveja mais tradicional do país. A venda da Busch converge com a atual crise na economia dos EUA: empresas sendo vendidas por conta da desvalorização do dólar e das ações em baixa. Nas terras do "Tio Sam", até abaixo-assinado para boicotar o negócio foi feito.
A iniciativa foi tomada pelo patriotismo de fervorosos 100 mil americanos que acreditam que esse negócio irá provocar corte de gastos, promovendo redução de vagas nas fábricas e fechamento de várias delas, além da transferência da histórica sede da Anheuser Busch, na cidade de S. Louis, no Missouri, para outra localidade.
Se para alguns o negócio trás certo medo, para os agentes da fusão deve render muita grana. Porém, na verdade, sondagens para esse negócio acontecer começaram em 1992, quando os empresários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sucupira se reuniram com o então presidente da Bush, August Bush 3º, em sua sede em St. Louis. Desde então, esse trio abocanhou o mercado das cervejas, com a ImBev, promovendo, entre outras marcas, Stella Artois, Beck"s, Brahma e Skol. Com a aquisição da norte-americana, prometem trazer para o Brasil a famosa Budweiser e a Bud Light.
Juntas, a Imbev e a Anheuser-Busch passarão a produzir 460 milhões de hectolitros de cerveja e vai gerar uma receita de 36,4 bilhões de dólares por ano. O que esse valor significa? Dentro do PIB brasileiro (Produto Interno Bruto), é quase um por cento da riqueza produzida pelo país em 2005 (US$ 1,585 trilhão), segundo os últimos dados divulgados pelo Banco Mundial. Parece pouco, mas não é, quando comparada com o número de pessoas que a produziram: cerca de 92 milhões de brasileiros economicamente ativos, de acordo com as estatísticas levantadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2004.
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