Com a união matrimonial do príncipe William e Kate Middleton em 2011, o Reino Unido aspira por momentos de mudanças, já que este casamento abre caminho para alterar a lei de sucessão à Coroa britânica.

O casamento também gerou esperança nos britânicos porque William e Kate são vistos como pessoas modernas e capazes de impulsionar a monarquia depois dos fracassos matrimoniais de três dos quatro filhos de Elizabeth II, entre eles o príncipe Charles, herdeiro do trono.

No dia 29 de abril de 2011, os britânicos saíram às ruas para festejar o casamento do príncipe William, um dos membros mais queridos da família real, com a jovem que conheceu e namorou enquanto estudava na Universidade de St. Andrews, na Escócia.
Com o cabelo solto e um elegante vestido – desenhado por Sarah Burton, diretora criativa da firma Alexander McQueen -, Kate cativou as pessoas com sua simplicidade e encantamento, fazendo com que todos se lembrassem de quem teria sido sua sogra, a falecida princesa Diana.

Além dos britânicos e estrangeiros que acompanharam os recém-casados pelas ruas de Londres após o casamento, pessoas de todo o Reino Unido festejaram o esperado casamento com um almoço, que foi seguido por uma imensa festa.

O casamento real, além do interesse midiático, gerou algumas mudanças na lei de sucessão à Coroa. Isso porque, caso a primogênita dos duques de Cambridge seja uma menina, ela poderá herdar o trono.

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, anunciou um acordo que permitirá suprimir a prioridade de um homem na linha de sucessão à Coroa, uma situação que permaneceu sem mudanças por mais de 300 anos.

Em uma decisão histórica, os 16 países da Comunidade Britânica de Nações (Commonwealth) que têm a rainha Elizabeth II como chefe de Estado concordaram em modificar suas respectivas leis para que os filhos e filhas dos futuros reis tenham igualdade de direitos.

Em uma “decisão unânime, as nações da Commonwealth concordaram que a sucessão passará a ser determinada por “ordem de nascimento”, sendo aplicada aos descendentes do príncipe Charles.

Se os duques de Cambridge tiverem “uma filha, essa filha será um dia nossa rainha”, afirmou Cameron, em outubro.

O acordo modifica a chamada Lei de Instauração de 1701, que dava preferência aos homens na linha de sucessão. Pela antiga lei, a primogênita de um monarca não poderia herdar o trono se tivesse um irmão mais jovem.

A nova medida também quebra outra barreira, já que elimina a obrigatoriedade de os integrantes da família real não poderem se casar apenas com pessoas da religião católica. Caso contrário, eram obrigados a renunciar a seus direitos na linha de sucessão à Coroa.

As modificações que serão feitas na lei não afetarão o príncipe Charles, primogênito de Elizabeth II. Aliás, sua irmã Ana, por ser mulher, ficou atrás de seus dois irmãos mais novos – os príncipes Andrew e Edward – na linha de sucessão à Coroa.

A lei de 1701 também discrimina os católicos na ascensão ao trono, o que deverá ser corrigido com as mudanças que serão adotadas pelos parlamentos de cada um dos países da Commonwealth. Na ocasião, o rei William III (1650-1702), protestante, considerou que a lei sucessória devia levar em consideração a religião.

Como não tinha filhos, William III temia que James II (1633-1701, um monarca católico deposto em 1688 que lutou por sua restauração) pudesse voltar ao trono. A medida criada por William era justamente para impedir que chegasse à Coroa inglesa um herdeiro católico.


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Casamento real de William e Kate causa mudanças e entusiasmo nos britânicos