Candidata trans do Miss Bumbum paga R$ 30 mil em cirurgia para feminilização facial (Foto: Divulgação / MBB2024)

“Não quero julgar a Maya, mas hoje em dia parece que ficou mais fácil fazer a transição. Fiz pelo SUS, passei por 10 psicólogos diferentes e recebi muitas críticas por ter feito a cirurgia no público. Diziam que o dinheiro era usado pra coisa do capeta”, declara Pâmela Michelinny.

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Pâmela Michelinny, uma das candidatas do Miss Bumbum 2024, investiu R$ 30 mil em uma cirurgia de frontoplastia para diminuir o tamanho da testa e harmonizar sua aparência. A cirurgia foi realizada em 9 de agosto, em São Paulo.

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“Me incomodava o tamanho da testa e a protuberância óssea na região dos olhos, que deixavam meu olhar agressivo e com uma expressão de brava”, explicou Pâmela.

Ela iniciou sua transição há 20 anos, aos 17 anos, quando contou à sua mãe que se identificava como mulher. Na época, ela afirma que a aceitação familiar era muito mais desafiadora do que é hoje.

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“Nunca me senti no corpo e alma masculina. Desde pequena, vestia roupas das minhas irmãs escondida e só andava com meninas na escola. Quando contei para minha mãe, foi um baque. Ela procurou mais de 10 psicólogos, e meu pai, apesar de conservador, entendeu que eu não poderia ir contra minha alma”, revelou Pâmela. Ela enfrentou situações em que até familiares deixaram de frequentar a casa de seus pais devido à sua identidade.

“A diferença entre travesti e trans é grande. Travestis muitas vezes se sentem confortáveis com o órgão masculino, enquanto uma transexual, como eu, tem total aversão a ele”, comentou, citando explicações do seu médico, Dr. Koof, sobre as distinções de identidade de gênero. Pâmela realizou sua cirurgia de redesignação sexual pelo SUS no Rio Grande do Sul e depois fez um reparo estético particular em São Paulo.

“Não quero julgar a Maya Massafera, mas hoje parece mais fácil fazer a transição. Fiz pelo SUS, passei por 10 psicólogos diferentes e recebi muitas críticas por ter feito a cirurgia no público. Diziam que o dinheiro era usado pra coisa do capeta”, declarou. “Nunca tive vergonha de ser quem sou, mas com o tempo, devido à ‘passabilidade’ — o termo que usamos para descrever trans que se assemelham muito a pessoas cis — comecei a sentir vergonha de admitir minha transsexualidade. Fingia menstruação, tudo para não revelar quem eu realmente era”, contou Pâmela.

“Na minha época, era muito diferente. Sou do tempo GLS, antes dessa infinidade de novas letras. Não quero que as pessoas me vejam como uma chacota”, finalizou. Pâmela Michelinny, que já havia participado do Miss Bumbum em 2016 representando o Rio Grande do Sul, retorna ao concurso este ano para competir como representante da Bahia, ao lado de outras 26 candidatas.


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Candidata trans do Miss Bumbum paga R$ 30 mil em cirurgia para feminilização facial