Caio Castro é o mais novo galã que povoa o imaginário do público feminino e masculino. Na pele do vilão Antenor da novela Fina Estampa (Rede Globo), ele não convence necessariamente pelo talento – falta expressão, sangue e vontade de artista. Sem dúvida, faz sucesso principalmente pela beleza.

Parece, contudo, que o velho ditado “por fora bela viola” pode ser aplicado ao novo bonitão do horário nobre, que no auge de sua projeção nacional vem disseminando “bolor” em frases e atitudes midiáticas. A mais recente foi para a revista “Quem”, que contestou sua fama de pegador.

“Antes pegador que veado, né?”, disparou Caio, reproduzindo inconscientemente um pensamento social e preconceituoso: “prefiro que meu filho tenha várias mulheres, faça sexo com várias, que seja homossexual”. Ele se coloca em uma posição superior só porque é hétero.

Penso, todavia, que o galã disse a frase sem a consciência de que estaria ofendendo toda uma classe já discriminada, além de usar uma palavra pejorativa. Mas nem por isso o livra da responsabilidade como figura pública (ele é o bam-bam-bam do horário nobre) e de estar ultrapassado como artista. Arte definitivamente não combina com preconceito.

Para quem não se lembra, a frase se assemelha à do jogador Ganso, em 2010: “Graças a Deus não tem gay nos Santos”. E a do modelo (e ex-participante de A Fazenda) Miro Moreira: “Gosto de mulher, graças a Deus”. Ou seja, querem dizer nas entrelinhas que se livraram de um mal, que não fazem parte de algo negativo, que graças a Deus não têm a companhia de homossexuais e não são gays.

Trata-se do preconceito inconsciente que todos temos, apesar de negarmos. Ele aparece em frases aparentemente ingênuas e sem propósito de ofender. Mas que está ali, dentro de uma mentalidade de massa: e sem dúvidas a homossexualidade não é motivo de orgulho por aqui. 

Ganso voltou atrás e pediu desculpas. “A todos que se sentiram feridos com minha declaração, peço desculpas novamente e reafirmo que o mal-entendido é fruto de uma falha de comunicação, da qual vou tirar importantes ensinamentos para minha vida”. Já Miro ficou quietinho e (olha que contradição!) ganhou até a capa de uma revista gay.

O fato é que eu até simpatizava com Caio, achava ele realmente bonito e torcia para o seu crescimento como ator (na novela Ti-Ti-Ti, por exemplo, acho que ele mandou bem). Mas penso que ele esteja se perdendo com tanto assédio. Espero que ele volte atrás e comece a pensar mais em suas declarações (ele tem até argumentado a favor do personagem Antenor, que escondeu a mãe e rejeita a gravidez da namorada).

“Acho que ele é só um jovem perdido, um pouco fora do rumo”, concluiu Caio sobre o personagem. Seria uma autocrítica?

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Caio Castro e os preconceitos embolorados