(Da redação) A polícia suíça abriu uma investigação para descobrir as circunstâncias dos ataques contra a brasileira Paula Oliveira, de 26 anos. Na segunda-feira (09/02), ela foi atacada por um grupo de neonazistas quando estava na estação de trem em Dubendorf, periferia de Zurique, onde trabalha. Grávida de três meses, perdeu as gêmeas e ficou marcada em várias partes do corpo.
Segundo a polícia, a investigação deve demorar algum tempo até que as autoridades reúnam as provas. Paula, que trabalha legalmente na companhia A. P. Moller Maersk, foi abordada por três rapazes enquanto falava ao celular em português com a mãe, que mora no Brasil. A brasileira foi arrastada pelo grupo até uma área cercada por árvores e atacada pelos homens por cerca de 10 minutos.
Algumas das marcas de estilete nas pernas e na barriga formam a sigla SVP, iniciais em alemão do Partido do Povo Suíço, de extrema-direita, que defende políticas anti-imigrantes e racistas. Um dos agressores tinha uma suástica na cabeça.
Paula é natural do Recife, formada em Direito e noiva de um suíço. Ela é filha de Paulo Oliveira, secretário parlamentar do ex-governador de Pernambuco e deputado federal Roberto Magalhães (DEM-PE).
Debate
O ataque ocorre no momento em que a Suíça discute a questão dos estrangeiros no país. Nesta semana, um referendo que facilita com que cidadãos dos países da União Europeia morem e trabalhem na Suíça foi aprovado por 60% dos eleitores. Grupos políticos do país se opõem à flexibilização. O Partido do Povo Suíço (SVP) é um dos principais opositores à política de imigração.
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