O Brasil mata 2,5 vezes mais negros do que brancos. Segundo dados consolidados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em uma pesquisa com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número tem como referência a taxa de mortalidade no país em 2015.
O levantamento se apoiou em registros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do Ministério da Saúde e mostra, ainda, que enquanto a taxa de homicídios dos não negros caiu 12,2% entre 2005 e 2015, a de negros subiu 18,2% no mesmo período.
Há 12 anos, o número de mortes de pretos e pardos no Brasil era de 26,1 homicídios para cada 100 mil habitantes. 10 anos depois, era de 28,9 para o mesmo número. No caso de brancos, a taxa foi de 17,4 mortes por 100 mil para 15,3 por 100 mil no mesmo período.
Se separados por região, os dados são ainda mais alarmantes.
Em Alagoas, a taxa de negros mortos é 11 vezes maior que a de não negros. São seis casos por 100 mil registrados envolvendo brancos, contra 68,2 casos por 100 mil envolvendo pretos e pardos. Os não negros alagoanos tem a menor taxa de mortalidade do país, superando até São Paulo, que tem a menor taxa geral de homicídios.
No Rio Grande do Norte, o crescimento da morte de negros foi de 331,8% entre 2005 e 2015. Para os não negros, o aumento foi de 64,1%.
Em ao menos 12 unidades da federação, o número de mortes de negros é ao menos três vezes maior que a de brancos. São elas: Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. No caso de Acre, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Piauí e Rio de Janeiro, essa diferença é de ao menos duas vezes.
Paraná e Roraima são os únicos estados em que a taxa de homicídios dos não negros supera a dos negros.
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