(Da redação) – O prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, preparou uma grande festa para a inauguração da Cidade da Música, um moderno centro cultural na Barra da Tijuca. Convidou 1.300 pessoas para assistir à apresentação da Orquestra Sinfônica Brasileira com a soprano Lívia Agh, o tenor Richard Decker e a mezzo-soprano Luiza Francesconi. E não economizou: os preparativos para o concerto consumiram R$ 1 milhão.

Mas nada disso deve acontecer. Marcada para esta quinta-feira (18), a inauguração da Cidade não poderá ter público, segundo o Corpo de Bombeiros. Na quarta à noite, uma inspeção de três horas constatou uma série de irregularidades relacionadas à segurança.

"O prefeito César Maia pode até cortar uma fita de inauguração. Mas não há condições de segurança para a realização de um espetáculo", explicou o diretor dos bombeiros, coronel Roni Alberto de Azevedo. “Em 27 anos de corporação, nunca vi uma tentativa de inaugurarem uma obra de um porte desses sem equipamentos em condições de funcionamento”, acrescentou. Por isso, a ordem é bem clara: se houver indícios da realização de um evento com público, o centro será interditado.

Além da inauguração, outros sete eventos já agendados até o dia 28 de dezembro também correm risco de cancelamento. O problema é mais um para o prefeito que já enfrenta duras críticas pelos seis anos de duração da obra e, principalmente, por seu custo, que já chega a R$ 518,3 milhões.

A Prefeitura garante que resolverá tudo até o horário previsto para a inauguração – 21 horas. Para isso, colocou dois mil funcionários para trabalhar em ritmo acelerado, inclusive virando a noite. A Defesa Civil do Município aposta que tudo estará pronto a tempo, mas o Corpo de Bombeiros não é tão otimista.

Irregularidades

Entre os principais problemas encontrados no complexo, que tem 87.403 metros quadrados de área construída, estão a falta de portas com barras antipânico (que impedem sua obstrução) e a sinalização para orientar o público na principal sala de espetáculos Além disso, as rampas de acesso ao prédio não têm proteções laterais, mesmo com alturas que chegam a dez metros.

O equipamento de combate à incêndios também está incompleto, com o sistema de tubulações hidrantes e caixas para mangueiras ainda não instalados. De acordo com os bombeiros, nem mesmo o sistema que deveria bombear a água até as mangueiras ficou pronto.

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Bombeiros vetam inauguração da Cidade da Música no RJ