Na última segunda-feira (28), Betoh Cascardo deixou seus seguidores profundamente impactados ao compartilhar um trecho de sua participação no #podcast @barbacast. Durante a conversa, ele revelou suas razões para não simpatizar com a Globo, relembrando uma experiência dolorosa que vivenciou na adolescência. Emocionado, o jornalista relatou um episódio de assédio que sofreu aos 16 anos, durante uma figuração na novela “Tropicaliente”.
Cascardo começou sua narrativa mencionando suas aspirações de infância, típicas de muitos jovens que sonham em brilhar na televisão. “Eu nasci na Baixada Fluminense, em Caxias, e, aos 16 anos, sonhava em ser ator, em fazer parte de uma novela”, disse ele.
Essa busca por reconhecimento e oportunidade levou-o a uma figuração, que, na verdade, se tornaria uma experiência traumática. Betoh contou sobre a viagem ao estúdio, onde foi chamado por um produtor que, aparentemente, ocupava uma posição de poder na produção. A tensão da situação logo se transformou em algo muito mais inquietante.
Ao ser chamado para uma sala privada, Cascardo relembra a abordagem inapropriada que recebeu. O homem pediu que ele se despisse, justificando que queria avaliar seu corpo para as exigências da novela. O testemunho de Betoh intensificou-se à medida que ele narrou como foi tocado e ameaçado.
“Você sabe que, se você fizer alguma coisa, você nunca mais vai gravar nada na sua vida inteira”, recordou, em lágrimas. Este relato escancara as dinâmicas de poder e abuso que ainda permeiam o meio televisivo e que marcaram para sempre a vida do jovem artista.
Por fim, Betoh Cascardo expressou a indignação que sente em relação à Globo e a cultura de assédio que, segundo ele, impacta inúmeras pessoas. “Isso não aconteceu só comigo; isso acontece direto com um monte de gente”, observou, ressaltando a necessidade de trazer à tona essas questões que, muitas vezes, ficam ocultas. Ao compartilhar sua história, ele não apenas faz um convite à reflexão sobre o comportamento inadequado por trás das câmeras, mas também reafirma seu compromisso de conquistar seu espaço na indústria através de seu esforço e talento, sem se submeter a exigências imorais. A coragem de Betoh em expor sua vivência é um passo importante na luta contra essa cultura de silêncio e opressão.