No Brasil os quatro órgãos envolvidos nos pedidos de refúgio são o ACNUR, o Comitê Nacional para Refugiados (CONARE), Cáritas Arquidiocesana15 e o Departamento de Polícia Federal16. Eles analisam os pedidos, oferecendo assistência, integração local e apoio jurídico. Quem define o destino deles é a Polícia Federal. Ela analisa cada caso e manda os solicitantes de refúgio para uma região que considera segura. Mas, em alguns casos, isso é pouco.

É o caso de uma família de colombianos que foi mandada pela PF para Rio Grande do Norte, recebendo R$ 200 por mês. A família teve que ser remanejada, pois estava passando dificuldades, contou Carla. Para ela, apesar do Brasil ser o país que mais abriga refugiados, a assistência disponível é praticamente inexistente. Segundo o Conare, estão garantidos apenas acessos ao SUS e à educação pública.

De acordo com dados do Conare de outubro de 2007, o Brasil tem hoje cerca de 3,4 mil refugiados reconhecidos, provenientes de 69 nacionalidades diferentes. Grande parte (78%) vem do continente africano, e os angolanos formam a maior população (1.684 pessoas).

Uma das histórias que mais comoveu Carla foi a de um africano que trazia como lembrança da família uma única foto. A cena retratada não era das melhores: apenas duas paredes e destroços. Seu único parente vivo era o pai, morto depois de pisar em uma mina.

No dia da visita, a equipe do Virgula conheceu um chileno, que acabava de chegar a São Paulo. Sua história era bem diferente da maioria. Músico, já conhecia o sul do país, e estava em São Paulo para passar um tempo, tocando pelas ruas.

Minutos antes, o encontro com outro africano, do Senegal, que havia passado 20 dias em Fortaleza, mas já estava há um mês no Brasil. Na capital paulista, diz ter notado a diferença do sol entre a capital do Ceará e São Paulo, mas pela sua expressão, não saberia dizer o que esperar dessa sua nova estadia ou até do próprio destino, que no Brasil, independe da sua dedicação.


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Assistência brasileira ainda é mínima