Artista Pas Schaefer une arte e ciência em grafitti
O artista Pas Schaefer passou por muitos questionamentos e incertezas até descobrir o que realmente o fazia feliz profissionalmente. Interessado por grafitti desde os 13 anos e cursando anos depois “Ciências Naturais” na USP (Universidade de São Paulo), ele se viu divido por duas paixões: Arte e Ciência.
Mas ao invés de considerá-los assuntos antagônicos e optar por apenas um caminho, Pas resolveu unir o que a princípio parecia de mundos bem distintos.
“O meu interesse pelo graffiti especificamente, surgiu quando tinha por volta de 13 anos. Eu andava pelas ruas do miolo de São Paulo com mais um amigo procurando grafittis interessantes, como “Os Gêmeos”, Vitche e Binho”, conta.
E foi durante a faculdade de ciência que ele realmente percebeu de forma instintiva que o desenho ainda fazia parte do seu interesse e começou a trilhar esse caminho: grafittis acerca das descobertas e pesquisas científicas.
“Um dia assisti um vídeo chamado “Arte e matemática” do Luiz Barco, e de uma forma inacreditável foi o que me fez tomar a decisão de não largar um pelo outro (arte e ciência) e de não achá-los antagônicos, mas sim complementares. Desde então comecei a pesquisar sobre como juntar ambos os assuntos”, afirma.
Nessa mesma época o grafiteiro diz ter ‘mergulhado no surrealismo e nos desenhos estranhos, como castelos retorcidos e pássaros coloridos’.
E foi a partir daí que Pas resolveu levar a integração de arte e ciência para o resto da sua vida, como ele mesmo diz. Para que isso funcionasse da melhor maneira possível em janeiro de 2011 resolveu fazer uma viagem pelo sudeste brasileiro para conhecer lugares e situações que servissem de inspiração para o seu trabalho.
Mas foi em junho do mesmo ano que as coisas realmente mudaram, após ser convidado a uma viagem para a Europa onde faria residência artística em Paris e pesquisas sobre galerias, aquários, institutos biológicos, museus de ciências naturais e zoológicos pelo mundo.
“Minha cabeça voltou completamente diferente depois dessas viagens. Me envolvi de fato com pesquisas”. E todo o esforço foi recompensado em março de 2012, quando realizou sua primeira exposição individual chamada “Vida e Morte Subaquatica”, no Ateliema.
“Nela foi onde vi a coisa toda tomar um corpo que me interessava muito: a luta pela sobrevivência, ou seja, arte e ciência trazendo à tona a luta pela sobrevivência animal e vegetal”.
“Hoje tenho alguns trabalhos em Paris, Lyon, Barcelona, Amsterdã e algumas cidades brasileiras: Manaus, Belém, Rio de Janeiro, entre outras.”, conta.
Schaefer explica ainda que a sua arte não é feita exclusivamente para um público e sim para os curiosos: “O meu público alvo são as pessoas curiosas. Cada tela conta uma história e a imagem é o gancho para que as pessoas conheçam mais sobre a luta pela vida”, diz.
Hoje seu foco é compilar todo seu conhecimento científico, didático e estético para trazer ao público uma nova proposta de conversa entre a chamada ‘ciência dura’ e ‘arte fina’.
Além dos grafittis, Pas também está trabalhando na produção de um grande projeto chamado “Infografitti”, que une arte, ciência e informação.
“Serão aulas de ciência a céu aberto. Trazendo um novo conceito para o graffiti e o uso dos muros, a infografia e a educação informal. A intenção é gerar bairros mais criativos, geralmente carentes de culturas artísticas”, afirma.
Para conhecer mais sobre os trabalhos de Pas Schaefer é possível visitar o site do artista: www.passchaefer.com e também sua página no Facebook.
Confira na galeria acima alguns dos incríveis trabalhos de Pas Schaefer!