Ariadna fala sobre preconceito
Créditos: Divulgação / Playboy
Revelada no Big Brother Brasil 11 (Rede Globo), a cabeleireira Ariadna Thalia Arantes tornou-se a pessoa mais comentada no início de 2011. O motivo? Ela é uma mulher transexual – a primeira que passou pela redesignação sexual (popularmente conhecida como mudança de sexo) a participar de um reality show no Brasil.
Após ser eliminada logo na primeira semana, a gata protagonizou um ensaio especial para a revista Playboy (20 anos após a modelo Roberta Close) e recentemente faz participações como repórter no programa Pânico na TV!, exibido pela RedeTV!.
Em depoimento exclusivo ao Virgula LifeStyle, a ex-bbb fala o que pensa sobre os discursos do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ)- que afirmou que prefere um filho morto que homossexual -, da deputada e ex-atriz Myrian Rios (PDT) – que disse que babá lésbica pode ser pedófila – e o deputado e boxeador Acelino Popó de Freitas – que garante que projetos como kit anti-homofobia afronta os valores da família.
Veja:
“O brasileiro ainda precisa abrir a mente para assuntos tão simples e pessoais. Em outros países, a homossexualidade, a transexualidade e as identidades de gênero são vistas como um tema normal. É a falta de cultura e educação brasileira que influencia essa polêmica. Sem educação, não temos respeito pelo outro, daí surge algo pior como o preconceito.
Apesar de o nosso país ser um dos mais novos do mundo, vemos escancarados essa cultura ultrapassada. Sendo brasileira, fico envergonhada quando vejo uma pessoa, principalmente em cargos importantes, desrespeitar a outra pelo simples fato de suas condições sexuais – que é algo tão íntimo, pessoal e que só diz respeito à pessoa.
Vemos que todos pedem a paz, fazem discursos de não violência, dizem que investem na segurança, mas ninguém faz por onde. Quero que eles saibam (políticos com discursos homofóbicos e transfóbicos) que a falta de respeito e o preconceito também gera violência. É só ver os noticiários… Dar espaço para esses discursos é contribuir com a violência.
Penso que se todos se respeitassem mais, cuidassem mais das suas vidas, e se preocupassem com assuntos mais importantes, como a educação, o mundo estaria bem melhor. Ah! E sem preconceitos. Pensem nisso”.