(por Camilo Rocha) Mais do mesmo é como pode ser definido o debate dos candidatos a prefeito de São Paulo, transmitido nesta quinta-feira, 11 de setembro, pela TV Bandeirantes. Apesar de muitas farpas e acusações, o tom geral se manteve controlado, morno.

A candidata Marta Suplicy (PT) foi, é claro, o alvo preferencial de todos os candidatos, devido a sua posição privilegiada nas pesquisas (em torno de 40%; Geraldo Alckmin, o segundo colocado, tem aparecido com uma média de 22%).

Marta e Alckmin acusaram-se mutuamente de descaso na segurança. A candidata do PT acusou os tucanos de ter extinto a Secretaria de Segurança Urbana e Cidadã e lembrou os ataques do PCC, ocorridos há dois anos. Já Alckmin, expôs números que mostram a queda acentuada do número de homicídios na capital paulista nos últimos anos.

Kassab e Alckmin bateram na tecla de que Marta entregou a cidade endividada: "Tomara que a Marta não ganhe para não quebrar a cidade de novo", disse o atual prefeito. Marta contestou as informações, dizendo que deixou o orçamento com folga e, de quebra, acusou Kassab de se “apropriar” de suas ideías, como o Bilhete Único e os CEUs (mas não fazendo tão bem feito, segundo ela).

O prefeito Kassab só melhorou seu desempenho a partir do terceiro bloco. A coordenação da campanha do prefeito considerou que ele estva caído no debate e mandou uma mensagem para um de seus marqueteiros: “Liga o Kassab na tomada”, dizia o texto.

O candidato Paulo Maluf encarnou seu papel de franco-atirador e disse que ele com o orçamento muito menor conseguiu fazer muito mais obras do que os outros três candidatos que já estiveram no poder (Kassab, Marta e Alckmin).

Com duas horas e meia de duração, o programa se tornou enfadonho depois de transcorridas uma hora e meia. Contribuiu para isso o fato de que muitos candidatos (e até os jornalistas da Band) insistiam em dirigir suas perguntas a seus colegas nanicos, uma estratégia pensada para evitar dar espaço aos reais adversários. Sobraram perguntas e tempo para Ciro Moura e Roberto Reichmann, que deixaram evidente não ter mesmo conteúdo para preencher tanto espaço.

Já os pequenos Soninha e Ivan Valente mostraram um discurso mais consistente, com propostas reais. Fizeram muitas críticas aos candidatos maiores (apesar de que Soninha elogiou a política do meio ambiente da gestão Kassab), não poupando nem sua ex-colega de partido, a petista Marta Suplicy.


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Apesar de farpas entre os grandes, debate da Band foi morno