Advogada Suéllen Paulino fala sobre direito das famílias das vítimas do voo de Vinhedo (Foto: Divulgação)
No dia 9 de agosto, o Brasil foi abalado pela terrível tragédia aérea da VoePass em Vinhedo, no interior de São Paulo, que resultou na morte de 58 passageiros e 4 tripulantes. Diante desse fato, muitos internautas questionaram quais são as responsabilidades legais que uma companhia aérea deve prestar às vítimas e aos familiares em caso de acidente como esse.
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“Além das implicações criminais, o acidente gera importantes questões civis. Os familiares das vítimas têm o direito de buscar reparação através de ações judiciais. As principais vias para reivindicações cíveis incluem: Os familiares das vítimas podem ingressar com ações de indenização por danos morais e materiais. As indenizações podem cobrir despesas médicas, funerárias, perdas financeiras e sofrimento emocional. A responsabilidade pode recair sobre a VOEPASS, fabricantes de aeronaves, ou outras entidades envolvidas na operação e manutenção do voo”, esclarece a advogada especializada em Direito Criminal e Direito de Família, Suèllen Paulino.
A especialista diz que as apólices de seguro da VOEPASS e dos passageiros podem oferecer compensações. “Os familiares devem contatar as seguradoras para verificar o escopo da cobertura e iniciar o processo de reivindicação. Em muitos casos, as seguradoras terão que fazer acordos para compensar as vítimas e suas famílias.
Como o acidente afetou diversas vítimas, pode haver a possibilidade de ações coletivas. Isso permite que um grupo de vítimas ou seus familiares ajam conjuntamente para buscar reparação, o que pode simplificar o processo legal e proporcionar maior poder de negociação”.
Suéllen afirma que os familiares das vítimas devem considerar os seguintes passos para garantir seus direitos e buscar justiça:
Consultoria Jurídica: Buscar o auxílio de advogados especializados em direito aeronáutico e compensação de vítimas é essencial. Eles podem fornecer orientação sobre as melhores estratégias para reivindicações e representar os interesses dos familiares nas ações judiciais.
Documentação: Manter toda a documentação relacionada ao acidente, como relatórios médicos, registros de comunicação com seguradoras e provas de despesas, é crucial para fortalecer as reivindicações legais.
Acompanhamento das Investigações: Manter-se atualizado sobre o progresso das investigações e participar das audiências judiciais pode ser importante para entender o andamento do caso e garantir que todas as evidências necessárias sejam apresentadas.
Suporte Emocional: Considerar o suporte psicológico e emocional é fundamental para lidar com o impacto traumático do acidente. Muitas organizações e grupos de apoio estão disponíveis para ajudar as famílias a enfrentar essa difícil situação.
Por fim, em meio a essa tragédia devastadora, expressamos nossa mais profunda solidariedade a todas as famílias e entes queridos das vítimas. O luto e a dor enfrentados por vocês são incomensuráveis, e nossos pensamentos estão com cada um de vocês neste momento difícil.
É essencial buscar apoio profissional para lidar com o impacto emocional desta tragédia. Psicólogos, terapeutas e grupos de apoio podem oferecer assistência crucial para ajudar a enfrentar o sofrimento e começar a reconstruir suas vidas. Não hesitem em procurar ajuda – vocês não estão sozinhos e há recursos disponíveis para apoiar cada um de vocês nesse processo de cura e adaptação.
A advogado pondera que a queda do avião da empresa VOEPASS em Vinhedo no último mês desencadeou uma série de desdobramentos legais e sociais profundos. “O trágico acidente, que resultou na morte de várias pessoas e causou danos materiais consideráveis, levanta questões cruciais sobre responsabilidade, segurança e os impactos sociais associados.
A VOEPASS é uma companhia aérea que, ao longo dos anos, tem enfrentado diversas controvérsias relacionadas à manutenção e segurança de suas aeronaves. Fundada em 1995, a empresa ganhou notoriedade por sua extensa malha aérea e pelo crescente número de passageiros. No entanto, nos últimos anos, a VOEPASS tem sido alvo de críticas e preocupações sobre a condição de suas aeronaves”, começa Suèllen Paulino.
“Relatórios recentes e investigações anteriores indicam que a empresa frequentemente lidava com questões relacionadas à manutenção de suas aeronaves. Há registros de manutenção inadequada, problemas recorrentes com equipamentos e preocupações com a segurança. Esses problemas levantaram um crescente escrutínio sobre a eficácia dos procedimentos de manutenção e a gestão da empresa. O acidente em Vinhedo reacendeu a preocupação pública sobre o estado das aeronaves. Há uma percepção crescente de que os aviões frequentemente operavam em condições precárias, o que pode ter contribuído para a tragédia. Análises de incidentes anteriores e queixas registradas sugerem que a manutenção das aeronaves pode não ter sido adequada, e questões de segurança podem ter sido negligenciadas”, completa.
Suéllen afirma que as investigações em andamento buscam esclarecer a extensão dos problemas técnicos que possam ter levado ao acidente. “A sociedade e os especialistas estão pressionando por uma revisão detalhada dos procedimentos de manutenção da empresa e pela implementação de medidas mais rigorosas para garantir a segurança dos voos. A revelação de falhas sistêmicas na manutenção poderá ter um impacto significativo na reputação da VOEPASS e nas ações legais contra a empresa”.
A advogada explica que a investigação sobre a queda do avião é conduzida pelo Departamento de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (DECEA) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). “O objetivo é determinar as causas do acidente e identificar possíveis responsáveis”
Ainda de acordo com a advogada, dependendo das conclusões, as consequências criminais podem incluir:
Responsabilidade Penal: “Se for constatado que houve negligência por parte dos operadores da aeronave, técnicos de manutenção ou da própria VOEPASS, os envolvidos podem ser processados por homicídio culposo (quando não há intenção de matar, mas a negligência é evidente) ou, em casos mais graves, por homicídio doloso, se houver evidências de intenção ou imprudência grave”.
“Neste caso, os responsáveis poderão enfrentar penas de prisão e multas, além de restrições profissionais e administrativas. A gravidade das penas dependerá da extensão da negligência e das circunstâncias específicas do caso”.
