Para quem busca uma boa rentabilidade e não gosta de correr riscos, investir no exterior pode ser uma ótima opção para diversificar os investimentos. Para alguns especialistas, ter acesso ao mercado imobiliário, com uma moeda mundialmente forte e a instabilidade de um ano atípico como foi em 2022 no Brasil é um dos motivos que levam os brasileiros para o cenário internacional.
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O empresário Daniel Dourado mora na Flórida e atua desde 2017 como corretor. Atualmente ele está entre os 5% dos corretores que mais vendem no solo americano. O brasileiro tem uma vasta cartela de clientes que optaram por investir nos imóveis americanos, e explica algumas razões do aumento de investidores fora do Brasil. “A maioria dos meus clientes procuram a preservação de seu patrimônio. Não há nada melhor em tempos de incerteza econômica e geopolítica mundial do que um país como os Estados Unidos, de moeda forte e governança sustentável”, revela Daniel, que também é investidor.
O empresário reuniu 5 dicas para quem pensa em investir no mercado norte- americano, e ter parte do seu patrimônio dolarizado, principalmente para aqueles perfis que não se importam de ser a longo prazo.
1- Diferença Cultural
“É importante conhecer as principais regras de negociação e conduta do processo de compra. O brasileiro deve estar ciente que a conduta americana é diferente do Brasil. O mercado imobiliário é muito transparente, as leis norte-americanas são rigorosas e não há chance de esquemas com objetivo de levar vantagem fiscal. Qualquer profissional que permitir práticas fora da lei, estará expondo as partes a sérios passivos fiscais e criminais. Esse ponto é o que traz credibilidade nos negócios e atrai investidores do mundo todo”.
2- Fique atento às regras de aluguéis de casas em Orlando e Miami
“Muitos estrangeiros investem em imóveis nos Estados Unidos com a finalidade de alugar por temporada, enquanto não estão usando, já que o destino para Orlando e Miami é um dos mais procurados. Orlando, por exemplo, é uma cidade na Flórida que oferece um zoneamento específico onde é permitida a atividade de aluguéis por curta temporada. Trata-se de uma região próxima aos parques temáticos onde o proprietário pode disponibilizar o imóvel para alugar pelo período que quiser. A cidade recebe milhões de pessoas todos os anos, o que faz da localidade um excelente destino para compra de casas. Já em Miami as regras são mais rígidas. É necessário verificar o estatuto de cada condomínio para saber se a prática é permitida e qual o período mínimo”.
3- Planejamento financeiro
“Um dos erros mais comuns é o ímpeto na hora de comprar. O primeiro ponto a se preocupar tem que ser o monetário. Este, provavelmente, será o seu maior patrimônio até aqui e tem que se programar antes de realizar. Se for financiar o seu imóvel, o mais adequado é começar se certificando que terá um crédito pré-aprovado e qual será o valor do possível empréstimo. O valor do financiamento somado ao que você já tem guardado para a entrada, já pode ajudar você a demarcar os tipos e as regiões onde buscar casas disponíveis. Esteja informado de que mesmo que você tenha sido pré-aprovado para o seu financiamento, seu empréstimo pode não sair no último minuto se algo alterar sua pontuação de crédito, como financiar a compra de um carro”.
4- Terei direito ao Green Card com a compra de uma casa nos EUA?
“Não. A compra de um apartamento ou casa nos Estados Unidos não traz qualquer relação com a política de imigração do país. Você não será favorecido ou prejudicado, pela simples compra de um imóvel. Então, reconsidere caso o seu objetivo for esse. Procure um advogado especializado em imigração e tire todas as suas dúvidas. Caso seu objetivo seja comprar uma casa para passar férias, então o seu visto de turista é suficiente. Você pode comprar a casa e usufruir do imóvel quando estiver a passeio nos Estados Unidos. No restante do ano você poderá alugar o imóvel por temporada, caso o perfil e localização do imóvel em Orlando permita esta atividade”.
5- Fique atento aos impostos
“O estrangeiro não habitante que vender qualquer imóvel nos Estados Unidos está submetido a uma retenção compulsória de 15% sobre o valor bruto da venda, para finalidade de antecipação do Imposto de Renda sobre o lucro de capital que deverá ser averiguado, retido e pago pelo comprador do imóvel. É permitido requerer a restituição do valor do recolhimento do imposto excedente, uma vez que a retenção dos 15% incide sobre o valor bruto da venda, e as alíquotas do imposto de renda sobre o lucro de capital incidem apenas sobre a parte relativa ao ganho de capital. Essa retenção de 15% é obrigatória em decorrência do FIRPTA- Foreign Investment in Real Property Tax Act, que determina esse processo para estrangeiros não residentes. Foi a maneira que o Imposto de Renda americano encontrou de recolher antecipadamente o imposto de renda, devido às ações de venda de imóveis por estrangeiros não residentes, antes que eles deixem o país sem prestar contas com suas obrigações fiscais”, finalizou Daniel.