Uma das maiores e mais tradicionais redes de pizzarias, a Patroni registrou um aumento de 100% no faturamento do delivery nos últimos dois anos. “Exponencialmente as entregas vem crescendo desde 2018, mas o auge aconteceu nos últimos dois anos”, diz o diretor de marketing da rede, Rafael Augusto. Em 2023, a empresa deve faturar R$ 156 milhões e chegar a 285 lojas, atualmente 55% das unidades são no formato online.
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Pesquisa realizada pela Kantar, mostra um aumento de quase 90% no número de brasileiros que pedem comida por delivery pelo menos uma vez por semana nos últimos dois anos. A campeã dos pedidos continua sendo as pizzas, o prato predileto para dividir com os amigos e família, uma vez que 85% dos pedidos são compartilhados. O levantamento também mostra que o Brasil está no top cinco dos países que mais aderiram ao delivery, ficando atrás de países como China e Coréia em que o sistema de entrega já existe há muito mais tempo.
“Nosso quadro de funcionários cresceu, contratamos mais de 100 pessoas para atender a nova demanda, sem contar os entregadores terceirizados das plataformas parceiras. Atualmente são mais de três mil pessoas na rede em nossos 225 pontos. Além do novo formato de negócio, passamos a oferecer um conceito ainda inédito no Brasil que é o 3×1: o franqueado compra um único negócio em que pode trabalhar três marcas da Patroni, pizzas (Patroni), culinária brasileira (Don) e lanches (Carcamanos), tornando o investimento mais eficiente”, conta o executivo.
O novo modelo de negócio também pode ser aplicado em lojas de rua que operam com balcão, mas Rafael acredita que ainda em 2023 a maior procura seja pelas lojas online com investimento inicial de R$ 290 mil.
Entrega em domicílio
A Patroni foi fundada em 1984 pelo economista Rubens Augusto Júnior que montou uma pizzaria em São Paulo para dar emprego a seu pai, que infartou depois de ter sido demitido de uma fábrica de móveis. Logo ficaram conhecidos porque entregavam em domicílio, algo que não era comum na época.
“Eu vislumbrei a oportunidade de aumentar meu faturamento ampliando a área de entrega. Para isso, financiei a compra de uma mobilete, caríssima na época, que seria paga com o rendimento extra das novas entregas”, conta o empreendedor.
No segundo dia, o veículo foi roubada e não tinha seguro. O desespero e a vontade de realizar seus planos fizeram com que Rubens tomasse uma atitude de alto risco: foi sozinho resgatar a mobilete na entrada de uma favela. Alguns de seus entregadores disseram ter visto onde a motoca estava, e ele decidiu conferir. Ao chegar ao local, viu um jovem passeando com ela. Ligou para a polícia, que alegou não entrar naquela favela à noite.
“Eu precisava resolver a situação. Sem o veículo, eu não conseguiria fazer as vendas que me trariam o rendimento extra para pagar o financiamento. A empresa podia quebrar. Então, fiquei de tocaia e, quando o menino estacionou a mobilete e entrou em casa, eu peguei de volta e fugi.” A perda teria significado o fim prematuro de um negócio, mas no final ela foi recuperada e as entregas puderam seguir conforme planejado.