
Especialista diz como conquistar geração que redefine mercado imobiliário de alto padrão (Foto: Divulgação)
Muito se discute sobre a Geração Z, mas você sabia que, em 2025, os Millennials já representarão uma das maiores parcelas dos consumidores de luxo? Ignorar essa geração pode ser um erro estratégico significativo. Enquanto muitas marcas concentram esforços para atrair os mais jovens, os Millennials já consolidaram seu poder de compra, exercem grande influência e possuem maturidade financeira para consumir com recorrência e propósito. Mas como estabelecer uma conexão genuína com esse público?
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O conceito de luxo evoluiu. Se antes era somente sinônimo de herança, tradição e exclusividade discreta, hoje ele se amplia para abraçar novas demandas, experiências e um consumidor muito mais exigente. Os Millennials – nascidos entre 1981 e 1996 – já ultrapassaram os Baby Boomers no mercado imobiliário de alto padrão, por exemplo, representando 38% dos compradores em 2024, conforme aponta o relatório 2025 Luxury Outlook. Mas o que isso significa para marcas e profissionais que desejam atender essa geração de clientes com disponibilidade financeira? Como capturar a atenção e a lealdade de um público que não apenas consome, mas dita tendências e transforma o próprio significado do luxo?
“Os Millennials não compram mais apenas por status. Hoje, o luxo precisa ter um significado além do preço. Eles valorizam a exclusividade e a sofisticação, mas também querem propósito e personalização em suas escolhas”, explica Tamara Lorenzoni, especialista em mercado de alto padrão e luxo.
Propriedades prontas para uso, equipadas com comodidades de bem-estar e lazer moderno, são preferidas a mansões imponentes, mas sem propósito claro. “O consumidor de alto padrão busca mais do que um imóvel. Ele quer uma experiência, um conceito de vida que esteja alinhado aos seus valores”, pontua Tamara. “Os empreendimentos que oferecem espaços para convivência, wellness e sustentabilidade têm se destacado nesse mercado”.
Um estudo da McKinsey & Company revela que Millennials compram por meio das redes sociais quatro vezes mais frequentemente do que as gerações anteriores. Mais de um terço dos entrevistados fizeram uma compra através dessas plataformas nos três meses anteriores à pesquisa. Isso significa que o digital não é apenas uma vitrine, mas um ponto decisivo de conversão para o consumidor de luxo atual.
“As redes sociais não são mais apenas um canal de comunicação, mas um ambiente de negócios altamente influente. Marcas que conseguem construir uma narrativa envolvente, que gere identificação e desejo, conquistam uma fatia importante desse mercado”, analisa Tamara. “O Instagram, por exemplo, deve ser visto como uma extensão autêntica da marca, com conteúdo que inspirem e transmitam a experiência do luxo”.
Trazendo a experiência como principal atributo do consumo, a série The White Lotus trouxe destinos turísticos luxuosos para o centro das atenções e impactou diretamente os desejos de viagem dos Millennials. No entanto, essa geração não busca apenas acomodações cinco estrelas; ela valoriza experiências autênticas e exclusivas, que criem uma conexão real com o destino.
“Os Millennials querem vivências personalizadas e inesquecíveis. O conceito de luxo mudou para algo que vai além do tangível. Hoje, exclusividade significa acesso a momentos únicos, serviços sob medida e experiências que não podem ser replicadas”, destaca Tamara.
Até 2045, prevê-se que US$ 84 trilhões serão transferidos das gerações mais velhas para as mais jovens, com os Millennials herdando até US$ 27 trilhões desse montante. Esse cenário dá origem a uma nova classe de consumidores de luxo, cujo mindset difere significativamente do de seus pais.
“Essa geração não quer ostentação vazia. Eles buscam que suas escolhas reflitam sua identidade e seus valores. Por isso, as marcas precisam encontrar um equilíbrio entre tradição e inovação, entre exclusividade e acessibilidade emocional”, conclui Tamara.
Os Millennials expandiram o luxo e, com eles, vieram novas regras do jogo. As marcas que souberem equilibrar exclusividade, tecnologia, experiência e propósito terão vantagem. Já não basta ter um nome forte ou uma tradição centenária – o que conta agora é o impacto real que a marca gera no dia a dia desse consumidor.
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