Conheça cinco elementos que marcaram a CASACOR São Paulo 2025 (Foto: Divulgação)
Localizada no Parque da Água Branca, tradicional parque urbano na capital paulista e famoso no passado por exposições agropecuárias, a 38ª edição de CASACOR São Paulo está repleta de referências a este período, revelando memórias afetivas e registros da nossa identidade, em um passeio por mais de 70 ambientes e instalações artísticas, distribuídos por construções centenárias e áreas do entorno, emolduradas por vegetação de Mata Atlântica preservada.
Com a participação de arquitetos, designers de interiores e paisagistas de todo o Brasil, a mostra é um retrato da diversidade cultural brasileira, que pode ser conferida logo na bilheteria ‘Meu Verde, Meu Sertão’, projeto assinado pela arquiteta sergipana Gleuse Ferreira, cujo destaque são os elementos que conectam a tradição com as memórias afetivas ligadas aos seus bisavôs, Lampião e Maria Bonita, além de muita arte sertaneja.
Confira a seguir alguns ambientes que trabalharam esses elementos com maestria e encantaram o público e a crítica:
Bilheteria Meu Verde, Meu Sertão, da arquiteta Gleuse Ferreira – Ambiente vencedor na categoria “Ilha de bem-estar e lounge” pela Veja São Paulo
1 – Arte sertaneja: uma das obras de destaque do ambiente da arquiteta Gleuse Ferreira é a escultura do renomado artista sergipano conhecido como Véio, manifestando o clima árido da Caatinga para o interior da CASACOR São Paulo 2025. FOTO: MCA Estúdio
Banheiro Respiro, da arquiteta Luciana Moreno
Respiro é o nome do banheiro idealizado pela arquiteta e designer de interiores Luciana Moreno, posicionado após à bilheteria, ainda no início do trajeto da mostra. Repleto de referências à natureza, ao mar e à cultura manauara, apresenta um design biofílico, com o uso de pufes em várias cores e do paisagismo composto por espécies tropicais, em arranjos e composições criadas pelo paisagista Paulo Sabiá. FOTO: Carlos Oliver
2 – A biofilia é um dos pilares da mostra e atravessa os ambientes como fio condutor. A proximidade com a natureza, aliada à generosidade das janelas e dos pés-direitos, favorece a entrada abundante de luz natural e convida o verde a também ocupar os interiores, deixando os espaços mais acolhedores. Até mesmo os banheiros foram contemplados com espécies que assumem a função de torná-los convidativos refúgios sensoriais.
Banheiro Natureza em Essência, de Meneghisso & Pasquotto Arquitetura
O banheiro Natureza em Essência, assinado por Mariana Meneghisso e Alexandre Pasquotto, casal de arquitetos à frente do escritório Meneghisso & Pasquotto Arquitetura, traz desde o nome sua vocação despertar emoções, promover a alegria e incentivar uma pausa na rotina, envolto pela delicadeza, aroma e cores das flores da espécie escultural jasmin-manga. FOTO: Rafael Renzo
Ilha de passagem Recanto de Histórias e Cores, da Arquiteta Daniela Funari
Enaltecendo a expressão artística em suas diversas manifestações, a arquiteta Daniela Funari convidou para o seu ambiente, uma ilha de estar, batizada de Recanto de Histórias e Cores, a designer de superfície e artista plástica Jade Marangolo uma intervenção nas paredes que abrangem os quatro lances de escada que levam o visitante aos demais ambientes, evocando as diversas culturas, a natureza e formas de expressão. Além disso, a arquiteta fez uma curadoria de arte, com obras do artista plástico Ivald Granato (1949-2016), através das telas Corporal e Pertinente (esquerda) e CorSimcorNão 2 (direita), e de literatura, cujos livros estão disponíveis para leitura. FOTOS: Mariana Camargo
Banheiro Raiz, da arquiteta Janaina Casagrande
Guiada também pela biofilia, a arquiteta Janaina Casagrande apresenta o Banheiro Raiz como um convite à pausa, ao cuidado e à reflexão, e propõe uma experiência imersiva que conecta os visitantes à natureza e ao essencial invisível aos olhos, referência ao personagem Pequeno Príncipe. FOTO:Maura Mello
3 – Luzes embutidas no forro: o projeto luminotécnico, assinado por Tuane Lopez, no espaço da arquiteta Janaina Casagrande, explora a iluminação indireta em LED para criar uma atmosfera suave e introspectiva, na bancada e nos cantos, proporcionando o conforto visual e emocional.
Amado Hotel, de Frezza & Figueiredo Arquitetura – Ambiente vencedor na categoria “Hall ou Espaço de circulação” pela Veja São Paulo
Assim como no espaço Amado Hotel, do arquiteto Gabriel Figueiredo e do designer de interiores Fabricio Frezza, com o emprego da luz indireta e cênica, proveniente de luminárias com luz filtrada, arcos precisamente iluminados, e das sancas que jogam a luz para o teto – projeto de Filippo Giorgi (Lucenera) –, que estabelece calma e bem-estar ao espaço. FOTO: Carolina Mossin
4 – História e memória afetiva: propiciando momentos de contemplação da arquitetura da construção, em meio a mobiliário e objetos garimpados, o ambiente Amado Hotel conta com cinco espaços setorizados por uma sequência de arcos que delimitam visualmente cada um deles e, que, também está presente nos prédios do Parque da Água Branca, inaugurado em 1929.
Jardim da Alameda, dos paisagistas Catê Poli e João Jadão
Sopro verde: a instalação Jardim da Alameda ocupa o espaço entre dois edifícios tombados e exalta a simplicidade da natureza, com exemplares de espécies tropicais, e o seu papel no cotidiano urbano. FOTO:Renato Navarro
A céu aberto, o Jardim da Alameda, dos paisagistas Catê Poli e João Jadão, e O Jardim do Círculo das Pedras, proposta do paisagista Luciano Zanardo, convocam ao descanso e à pausa reflexiva, em meio à vegetação generosa do parque.
Jardim Círculo de Pedras, do paisagista Luciano Zanardo
Paisagem contemplativa: Compreendendo hall de entrada, fireplace, dois lounges e o círculo de pedras que batiza o ambiente, o jardim criado por Luciano Zanardo está integrado à vegetação nativa e o projeto transmite a sensação de estar envolvido pela natureza. FOTO: Bia Nauiack
Tiny House Casa Viva, do designer de Interiores Henrique Freneda
E, encerrando o percurso, a Tiny House Casa Viva, projetada pelo designer de interiores Henrique Freneda, reflete sobre o aproveitamento dos espaços sem abrir mão do conforto, o emprego de práticas voltadas à sustentabilidade ambiental, à arte e ao entorno. Com pé-direito de 4m e ambientes — estar, suíte, banheiro, cozinha e jardim —, completamente integrados, refletindo o conceito de fluidez e praticidade. O poema Casa Arrumada, de Lena Gino, inspirou a proposta: “Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda…”. FOTO:Roberta Gewehr
5 – Gallery wall e instalação: composição de obras de artistas brasileiros e estrutura escultórica que remete à Vitória-Régia, com pétalas como dobraduras e LED embutido que ilumina o interior de maneira sutil.
SERVIÇO – CASACOR São Paulo 2025
Onde: Parque da Água Branca – Rua Dona Ana Pimentel, 37 portaria G4 do PAB
Quando: até 03 de agosto de 2025
Horário de funcionamento do evento: Terça a domingo das 11h às 21h
Horário bilheteria: Terça a domingo* das 11h às 19h
* fechamento da bilheteria física 15 minutos após o último horário. A visita poderá