Les e Paula Ansley deixam com os animais “a parte difícil” de digerir esses ingredientes e utilizam o produto final, os excrementos, para dar o toque especial ao gin da marca Indlovu Gin.
“Como consequência [do processo digestivo], o cocô do elefante tem uma variedade maravilhosa de botânicos”, contou Les para a agência AP. A esposa do empresário é quem teve a ideia após aprender que esses animais comem uma enorme quantidade de flores e frutas, mas digerem menos de um terço da refeição.
“Por que não deixamos a parte difícil para os elefantes, que vão colher todos esses botânicos, e fabricamos o gin a partir disso?”, disse Paula ao marido no meio da madrugada, quando teve a ideia.
O primeiro lote de fezes veio por correio. Atualmente, os produtos utilizados são colhidos pelo próprio casal de cientistas na reserva Botlierskop Game Reserve, próxima a Cape Town.
Para serem utilizadas, as fezes são secas, desintegradas e lavadas. No final do processo, restam apenas frutos, flores, folhas e cascas, que são esterilizados, secos novamente e propriamente armazenados.
São necessários cinco sacos de esterco para produzir um lote de 3 a 4 mil garrafas de Indlovu Gin. Cada uma delas é marcada com a data e coordenadas do local onde o excremento foi retirado, “assim é possível comparar as diferentes safras” da bebida, explicou Les. O sabor do produto poderá variar dependendo da área e da estação em que a matéria-prima foi colhida.
A bebida é vendida online em algumas lojas sul-africanas por cerca de US$ 32, aproximadamente R$ 135. De acordo com o site da marca, 15% do lucro das vendas será revertido para a instituição Africa Foundation, que realiza o empoderamento de comunidades rurais.