Yakisoba, risoto, guacamole… quando o assunto é gastronomia, tudo indica que 2023 vem sendo o ano das comidas internacionais, que têm caído no gosto da população de Norte a Sul, se tornado presença constante em nossas refeições e gerado milhares de buscas online em torno de suas formas de preparo. Você duvida?
> Siga o Virgula no Instagram! Clique e fique por dentro do melhor do Entretê!
Pois é o que acaba de concluir a Preply, que não só constatou o quanto amamos a culinária de fora como traz, a seguir, o panorama inédito das receitas gringas que mais bombaram nas pesquisas nacionais ao longo do ano. E a plataforma de idiomas já adianta: dentre as delícias de diversos países, o grande destaque vai para as sobremesas norte-americanas, cuja variedade de doces (cookies, donuts, waffles) motivaram mais de 3 milhões de pesquisas entre os internautas desde janeiro.
As receitas mais buscadas, de toda forma, estão longe de se restringir aos pratos importados dos Estados Unidos, que dividem espaço com os já conhecidos quiches alemães, churros espanhóis e, ainda, iguarias de lugares mais distantes, como o refrescante tabule dos libaneses. Que tal conferir o ranking abaixo e se inspirar para as preparações culinárias deste fim de ano?
Dos brownies aos waffles, os clássicos norte-americanos que conquistaram o Brasil
Se existe algo que as buscas online dos brasileiros em 2023 revelam é como, pelo menos no quesito doces, nossa população tem mesmo é se rendido às preparações dos norte-americanos. Prova disso é o fato de que, durante todo o ano, tais comidas marcaram presença nas milhares de pesquisas na internet em todas as regiões, mais especificamente quatro delas: os brownies, cookies, waffles e, claro, os amados donuts.
De maneira geral, estamos falando de verdadeiros símbolos da cultura estadunidense, normalmente consumidos por seus habitantes nos cafés da manhã e lanches ao longo do dia. Para algumas dessas delícias, aliás, existem inclusive datas comemorativas no exterior: é o caso do Dia do Waffle, celebrado em 25 de março por seus apreciadores mais apaixonados.
Já no Brasil, não surpreende que a nossa criatividade tão típica venha, ano após ano, resultando em variações bastante peculiares das receitas tradicionais, que ganham toques únicos tão logo chegam às vitrines de nossas lanchonetes. Um ótimo exemplo são os donuts gourmetizados que comercializamos por aqui, que, diferentemente da versão dos Estados Unidos, inovam ao conter coberturas de brigadeiro, goiabada e até mesmo paçoca… e deixam tudo ainda mais a cara (e o sabor) do nosso país.
A propósito, por falar neles, você sabe o que significa a palavra em inglês “donut”? Embora a origem do termo seja um pouco incerta, a plataforma especialista em línguas explica que, na verdade, trata-se de uma variável da expressão “doughnut”, que poderia ser traduzida no português como “rosca frita” — o que, convenhamos, explica a similaridade entre a receita gringa e as tradicionais rosquinhas que já conhecemos.
Receitas europeias… ou as comidas que já “abrasileiramos”
Por falar em nossas próprias variações gastronômicas, a essa altura, ninguém parece ter dúvidas de que “abrasileirar” comidas internacionais é uma das grandes habilidades dos brasileiros. Afinal, das pizzas italianas aos sushis japoneses, prato nenhum tem resistido ao nosso jeitinho de cozinhar, marcado por misturas mirabolantes que quase sempre dão certo (e, quando não, ao menos geram memes nas redes sociais).
Entre as receitas de origem europeia mais pesquisadas desde janeiro, muitas podem ser consideradas velhas conhecidas ao redor do país, tendo em vista a forma como foram assimiladas por nossa cultura com o passar dos anos. Nesse sentido, é possível dizer que tanto as 700 mil buscas pela receita do fricassé francês quanto as 200 mil por nhoques italianos revelam não certa curiosidade por pratos que acabaram de se popularizar, mas a constante valorização de alimentos que, ano após ano, nunca saem do nosso paladar.
Dos menos conhecidos, pode ser que as focaccias, um intermediário de pão e pizza, não estejam tão presentes em nosso cardápio se comparadas aos risotos, lasanhas e demais massas italianas. Em seu país de origem, no entanto, o pão rústico é igualmente popular e faz parte da lista de produtos alimentares tradicionais de diversas regiões, sobretudo da cidade de Gênova. É lá, inclusive, que acredita-se ter surgido a especialidade, em geral temperada com sal grosso, alecrim e azeite, e consumida em qualquer refeição do dia.
Outra curiosidade bastante interessante sobre tal receita reside, na verdade, na origem da palavra italiana “focaccia”, que, de acordo com a Preply, deriva do romano “panis focacius”, cujo significado é nada mais, nada menos do que “pão de forno” — uma alusão aos tempos romanos em que a iguaria era assada diretamente na brasa.
Vale lembrar que, mesmo não sendo tão comum no Brasil como em alguns países europeus, é possível saborear versões nacionais dessa delícia em padarias, restaurantes italianos ou estabelecimentos que oferecem opções variadas de pães artesanais.
Yakisoba, tabule, esfiha: as receitas do outro lado do mundo
Em um ano no qual o entretenimento asiático tem ganhado cada vez mais fãs no nosso país — hoje o quinto maior consumidor mundial de doramas segundo o governo da Coreia do Sul —, inúmeros pratos vêm acompanhando nosso interesse pela cultura de países do leste da Ásia. O mais popular, ao que indicam as pesquisas nos mecanismos de busca, é o yakisoba, prato de origem japonesa cujo nome significa, em tradução literal, “macarrão de sobá frito”.
Responsável por mais de 200 mil buscas online ao longo de 2023, é provável que aqueles que nunca o experimentaram já tenham ao menos visto o mix de macarrão frito, pedaços de carne, vegetais e molho shoyu por aí, haja vista a variedade de formatos em que o encontramos no Brasil: pratos preparados na hora em eventos e festivais gastronômicos, comida para viagem e o derivado macarrão instantâneo sabor yakisoba. O segredo para servi-lo da melhor forma em casa? Na opinião de quem entende, refogar bem os legumes e proteínas, entrar com o macarrão cozido e, em seguida, caprichar no molho: simples assim.
Dessa vez representando a culinária do sudoeste asiático, entre janeiro e setembro, milhares de internautas também foram aos mecanismos de buscas atrás das receitas de tabule e esfihas, típicas, respectivamente, dos territórios sírio e libanês.
Se o primeiro não surpreende, muito se deve à aceitação do aperitivo nas cozinhas nacionais, cujo nome vem do árabe “taabil” (que significa “tempero”) e que conta com adaptações diversas a depender da região do Brasil e gosto pessoal: atum, frutas frescas, camarão, versões onde o trigo de kibe é substituído pelo arroz… opções realmente não faltam.
Algo similar acontece com as esfihas (ou “esfirras”, forma aportuguesada onde os dois R imitam o som do H árabe), iguaria que agrada o paladar dos brasileiros há um bom tempo e que, por esse motivo, inspirou mais de 180 mil buscas por sua receita no ano — provavelmente vindas de pessoas que pretendem replicar essas delícias para os lanches em casa. É o seu caso? Pois saiba que não há grandes mistérios no que diz respeito à massa do salgado, cujo toque especial pode vir da diversidade de recheios irresistíveis que só a nossa população ousa testar.
“Explorar os diversos sabores do mundo não é apenas uma aventura culinária, mas uma viagem incrível ao coração da cultura” comenta Sylvia Johnson, líder de Metodologia da Preply. “Degustar pratos de diferentes países abre uma porta para a compreensão das histórias e tradições entrelaçadas em cada ingrediente. A curiosidade pela culinária global não apenas estimula as papilas gustativas, mas também a apreciação genuína pela riqueza cultural.”
Ver essa foto no Instagram