(Por Camila da Rocha Mendes) Na última sexta-feira (28), a temporada de compras de fim de ano foi oficialmente inaugurada nos Estados Unidos. Chamada de Black Friday, o dia que sucede o feriado de ações de graça é o marco oficial do início de vendas de natal nas lojas norte-americanas, que promovem ações especiais para a data.
Nesse ano, os lojistas procuraram enfrentar a crise que assombra o país cortando preços em até 70%. Promoções tão atrativas geraram filas imensas nas portas dos grandes magazines e conseguiram elevar o consumo sazonal nos EUA, dando um drible na crise.
As vendas no varejo que se iniciaram na sexta-feira e terminaram no domingo (30) foram 10% superiores ao mesmo período de 2007. Em termos de lucro, o comércio faturou 30% a mais que no ano passado. A boa performance deste três dias deve garantir que o comércio atinja as margens de lucro projetadas para o final de 2008, mesmo com as vendas reduzidas no restante do ano.
Mas nem tão bom assim
Mas o ânimo de compradores durante a Black Friday parece ter sido ocasionado pelos grandes descontos e ter sido um movimento temporário. Isto porque, os consumidores estão cortando gastos considerados supérfluos, comprando menos roupas e eletrônicos. Além disso, as vendas totais de fim de ano (que consideram novembro e dezembro) devem ter crescimento nulo sobre igual intervalo de 2007, o que será o primeiro natal sem incremento de vendas desde 2001.
Os principais fatores que têm afetado o consumo nos EUA, que equivale a um terço do PIB (Produto Interno Bruto) do país, são menores salários e condições mais restritas de crédito, efeitos já bastante evidentes da crise financeira global.