(Por Camila da Rocha Mendes) A taxa de desemprego entre os jovens de 15 a 29 anos foi de 14% em 2007, três vezes maior que entre os adultos (4,8%), revela pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) baseada na Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio).
Entre todas as pessoas que estavam desempregadas no ano passado, 61,4% tinham entre 15 e 29 anos, o que mostra o quanto ainda são restritas as oportunidades para os jovens no mercado de trabalho, avalia o Ipea. A proporção é alta, mas representa uma queda em relação a 2006, quando os jovens correspondiam a 63% dos desempregados.
Apesar da vulnerabilidade do jovem quanto ao mercado de trabalho, a pesquisa averiguou uma melhora nas condições de trabalho, com aumento das contratações formais (de 40,7% para 43,9%) e diminuição do trabalho não remunerado (de 7,6% para 7%).
Ao mesmo tempo, o Ipea constatou que os jovens estão adiando sua entrada no mercado de trabalho, o que á positivo pois, “Ter a chance de se preparar para ingressar no mundo laboral e na vida cidadã é o desejável em termos de socialização", avalia a pesquisa.
Mais desempregados acima dos 25 anos
A parcela de jovens entre 18 a 24 anos é a maior no grupo de desempregados, com participação de 35,6%. Porém, foi a que mais perdeu em representatividade em um ano, uma vez que era 38,4% em 2007. Da mesma forma, adolescentes com idade entre 15 e 17 anos passaram de 9,6% para 9,4% na análise. A faixa etária de 25 a 29 anos foi a única, dentre os jovens, que registrou aumento entre os desempregados: de 15,8% em 2006 para 16,3% em 2007.
Os dados revelam que existem no Brasil cerca de 50,2 milhões de jovens, sendo que 4,6 milhões deles estavam desempregados em 2007.
Renda ainda é baixa
A pobreza juvenil é alta. A pesquisa revela que apenas 15% dos jovens vêm de famílias com renda per capita superior a dois salários mínimos. Cerca de 30% dos jovens (um a cada três) são pobres e vêm de famílias com renda per capita inferior a meio salário mínimo. São 14 milhões de jovens vivendo com menos de R$ 208 mensais. Dois milhões moram em favelas. Aproximadamente 54% deles vivem em famílias de renda per capita entre meio e dois mínimos.