(Por Camila da Rocha Mendes) Fracassou no Senado dos Estados Unidos a aprovação do pacote de ajuda às montadoras, na madrugada desta sexta-feira, pelo horário de Brasília. "Estou terrivelmente decepcionado. É uma perda para o país", disse Harry Reid, líder da maioria democrata do Senado, segundo a agência de notícias EFE.
Nesta manhã, a decisão derruba bolsas em todo o mundo, as commodities caem e o dólar recupera parte das perdas de ontem, já que a aversão ao risco leva investidores a buscarem proteção em títulos do Tesouro americano que são considerados de baixíssimo risco.
Ontem, o aumento semanal dos pedidos por auxílio-desemprego nos EUA, que atingiu o maior patamar em 26 anos, já havia assustado os mercados de ações e puxado o dólar para a menor cotação em seis semanas ante o euro e em sete semanas contra o iene.
“E, essa decisão do Senado americano pode piorar bastante o quadro. O consenso é que, sem o empréstimo, o colapso das companhias agravaria a crise econômica com a eliminação de milhões de empregos”, avalia Miriam Tavares, diretora de Câmbio da corretora AGK.
Reviravolta
O plano foi aprovado ontem na Câmara de Representantes com 237 votos a favor e 170 contra. Mas, a situação sofreu um revés no Senado depois de o líder da minoria republicana, Mitch McConnell, anunciar que votaria contra. Os democratas têm apenas 50 cadeiras no Senado, e precisavam de 60 votos para frear a minoria republicana.
McConell justificou seu voto contra dizendo que o plano "promete dinheiro dos contribuintes em troca de reformas que podem ou não ocorrer amanhã". O presidente eleito dos Estados Unidos, o democrata Barack Obama, reforça os apelos para que o Congresso aprove o plano urgentemente.
"Não podemos simplesmente assistir ao colapso desta indústria como observadores, porque isso provocaria um efeito dominó devastador em toda nossa economia", disse Obama em uma entrevista coletiva em Chicago.
