
Saiba como grandes marcas apostam em transparência socioambiental como diferencial (Foto: Divulgação)
O varejo brasileiro passa por uma reconfiguração impulsionada pelo comportamento de consumidores cada vez mais exigentes. Transparência, ética e práticas sustentáveis deixaram de ser atributos complementares e passaram a orientar decisões de compra e mudar decisões estratégicas para grandes varejistas. De acordo com a Associação Paulista de Supermercados (APAS), 95% dos consumidores dão preferência a marcas que adotam práticas sustentáveis. O dado é reforçado pelo fato de que 64% já deixaram de consumir produtos de empresas envolvidas em condutas antiéticas. O cenário é de pressão crescente por responsabilidade.
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A percepção de valor também mudou. Um levantamento da Adyen mostra que 56% dos consumidores estariam dispostos a pagar mais por produtos de empresas que demonstram maior clareza sobre suas políticas socioambientais. Diante disso, a transparência passa a ser um ativo estratégico de diferenciação no mercado.
Para André Salem, fundador da Blockforce, empresa dona e criadora da plataforma Fair Fashion, empresas brasileiras de tecnologia especializadas em soluções de rastreabilidade e transparência por meio de blockchain, as marcas que incorporam esses valores de forma genuína ganham competitividade e acesso a novos públicos. “A transparência não é mais opcional. Ela passou a ser um critério essencial de escolha do consumidor e um pilar de construção de marca no varejo moderno”, afirma.
O empresário explica que esse movimento é impulsionado por uma geração hiperconectada e informada, que vê a moda não apenas como estética, mas como posicionamento político e ético. “Temas como trabalho análogo à escravidão, uso excessivo de recursos naturais e descarte inadequado de resíduos têm pressionado o setor a adotar práticas mais responsáveis e a comunicá-las com clareza”, adiciona.
Para responder a essa nova exigência, uma das iniciativas que as empresas estão investindo são soluções tecnológicas que permitem rastrear cada etapa da cadeia produtiva, desde a origem da matéria-prima até o ponto de venda. Um exemplo disso é o uso da tecnologia blockchain no registro e certificação de informações sobre fornecedores, práticas trabalhistas e pegada ambiental.
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”Iniciativas como o Passaporte Digital de Produto (DPP), que tem sido amplamente desenvolvido e adotado na União Europeia, permitem que o consumidor tenha acesso a um QR code na etiqueta e visualize, por exemplo, se o algodão é orgânico, se os corantes são naturais e em que condições aquela peça foi costurada, além de como aumentar a vida útil e descartar determinado produto. Essa transparência radical não apenas empodera o consumidor, como também inibe más práticas dentro da própria cadeia de fornecimento e já é realidade no mercado global. As empresas brasileiras que se adequarem ao movimento poderão sentir certa vantagem competitiva num futuro próximo ”, evidencia Salem.
Marcas como Arezzo, Riachuelo e Fábula vêm apostando em iniciativas de transparência como parte de suas estratégias de diferenciação em parceria com a Blockforce. Ao mostrar aos consumidores o caminho da roupa de maneira simples e prática, as marcas tendem a atrair clientes mais engajados e dispostos até a pagar mais por um produto cuja origem e impacto são claros. “No cenário atual, adotar práticas transparentes e comunicá-las com consistência é uma forte estratégia para fortalecer a reputação da marca e gerar preferência de compra, criando vínculos duradouros com o consumidor”, acrescenta o CEO.
Tendência já é forte em outros países
Antes de chegar ao Brasil, a adoção do blockchain por marcas de moda tem ganhado força há um tempo na Europa, por exemplo, como resposta à crescente demanda por transparência, autenticidade e práticas sustentáveis no setor. Grifes como Stella McCartney, Chloé e o consórcio Aura, que reúne nomes como LVMH e Prada, já disponibilizam QR Codes nas etiquetas de suas peças, permitindo que o consumidor acompanhe o histórico completo do produto em tempo real. Além disso, outros setores como automotivo, eletrônicos, cosméticos e alimentícios também têm adotado a prática devido à combinação de pressões regulatórias, exigências de mercado e metas ambientais.
No Brasil, o movimento ainda é menor, mas tende a ganhar tração diante do crescimento do consumo consciente e do avanço de iniciativas ligadas à economia circular. “Com a aproximação da COP 30 e o aumento da pressão sobre marcas por práticas mais responsáveis, o blockchain se mostra uma alternativa viável para o varejo nacional reforçar a confiança do público e se diferenciar em um mercado cada vez mais atento à origem e ao impacto dos produtos. No mercado da moda, além de atender à agenda ESG, a tecnologia também pode beneficiar o mercado de revenda, ao garantir autenticidade e prolongar o ciclo de vida das peças”, finaliza Salem.
Sobre a Blockforce
Fundada em 2018, a Blockforce é pioneira em soluções blockchain para rastreabilidade em cadeias de suprimento, contando com casos de referência no país pela sua escalabilidade e robustez técnica. Com framework proprietário, desenvolvido especificamente para rastreabilidade, conecta dados de ponta a ponta, assegura a integridade das informações e automatiza processos com alta eficiência.
Ao combinar blockchain e inteligência artificial, a Blockforce converte dados em valor tangível — de rastreabilidade a métricas ambientais e ESG —, tendo no centro de sua missão impulsionar cadeias mais inteligentes, transparentes e sustentáveis. Na indústria da moda, atua por meio da plataforma Fair Fashion, acelerando a transição do setor para modelos mais eficientes e responsáveis.