Após um ano de inflação em ritmo acelerado e sucessivos aumentos na taxa básica de juros para tentar contê-la, a alta de preços está dando sinal de arrefecimento. A leitura do primeiro IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) do ano indicou deflação – o indicador apresentou variação negativa de 0,31% entre 21 e 31 de dezembro, a menor taxa para uma primeira prévia desde abril de 2006, quando a taxa caiu 0,43%.
A apuração do índice, feita pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), ficou abaixo da registrado no mesmo período do mês anterior, quando o indicador ficou positivo em 0,14%. No acumulado dos 12 meses, o IGP-M marcou alta de 8,29%.
Um dos componentes do IGP-M, o Índice de Preços por Atacado (IPA) recuou para -0,56%, no primeiro decêndio de janeiro. No mesmo período do mês de dezembro, a taxa foi de 0,04%. A maior contribuição para a desaceleração de preços no atacado partiu do grupo Matérias-Primas Brutas, que registrou variação de -1,08%, após avanço de 1,31% no mês anterior. Os itens que mais contribuíram para a trajetória de desaceleração deste grupo foram: tomate (62,06% para -10,50%), bovinos (-0,89% para -6,43%) e suínos (2,14% para -11,52%).
Outro componente do indicador geral, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou no primeiro decêndio de janeiro taxa de variação de 0,24%. No mesmo período do mês anterior a taxa foi de 0,36%. Cinco das sete classes de despesa componentes do índice registraram decréscimos em suas taxas de variação. Os destaques ficaram por conta dos grupos Alimentação (0,36% para 0,15%) e Habitação (0,39% para 0,21%).
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou taxa de 0,13%. No primeiro decêndio de dezembro, a taxa foi de 0,27%. O índice relativo a Materiais e Serviços registrou variação de 0,23%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,37%.
