(Por Camila da Rocha Mendes) O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que se reuniu com o presidente da França, Nicolás Sarkozy e com o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, neste fim de semana, anunciou a intenção de mais uma reunião entre os principais líderes do mundo até o final do ano.

 

A disposição dos governos dos Estados Unidos e da Europa em estancar a crise acalmaram investidores, e o dólar inicia a semana devolvendo boa parte das últimas altas. Nesta segunda-feira (20), o dólar comercial recua 1,04% para R$ 2,094, enquanto a Bovespa sobe 4% para 317.859 pontos. Porém, o mercado financeiro continua muito sensível e qualquer má notícia pode voltar a ocasionar novas turbulências. Miriam Tavares, diretora de Câmbio da corretora AGK, explica que esta semana será repleta de resultados corporativos, o que poderá influenciar a cotação da moeda norte-americana.

 

Empresas divulgam resultados

 

As empresas, tanto no Brasil quanto no exterior, começam nesta semana a divulgar seus balanços do terceiro trimestre e, se muitas demonstrarem lucros menores ou prejuízos, a situação pode se agravar outra vez, pois ficará mais claro que a crise saiu das Bolsas para atingir a economia real. O medo é de que a crise já tenha impactado muitas companhias. “Com o crédito mais restrito e caro, a perspectiva para o desempenho das grandes corporações é negativa”, afirma Miriam.

 

A incerteza que ronda os mercados de todo o mundo, leva os bancos a diminuírem o volume de empréstimos (crédito) para as empresas, temendo que estas possam não pagar a dívida devido às condições mais difíceis da economia. Sem recursos para investir na produção, as empresas podem ter seus ganhos reduzidos.

 

Perspectivas positivas

 

Se forem confirmados os sinais de que a economia real já está sofrendo conseqüências da crise, o câmbio pode voltar a disparar e o dólar pode chegar a R$ 3, adverte Miriam. Contudo, a economista acredita que a chance de nos próximos meses o cenário financeiro se estabilizar é maior. “Os recursos que os bancos centrais injetaram nas economias foram muito altos e devem fazer efeito”, esclarece. Ela projeta que o dólar fechará 2008 entre R$ 1,85 e R$ 2.

 

As medidas que o Banco Central do Brasil está tomando devem amenizar as pressões negativas vindas do exterior. O BC está vendendo moeda norte-americana aos bancos diariamente, através de leilões. Além disso, nesta segunda-feira, a autoridade monetária irá fazer um leilão especialmente para as empresas exportadoras, para ajudá-las a manter em alta as vendas ao exterior.

 

Ao colocar mais dólares na economia, através destas operações, o BC ajuda a conter possíveis influências que levam o dólar a subir. “Acredito que o BC esteja na direção certa”, afirma Francisco Pessoa, economista da LCA consultores. O economista calcula que existe 60% de probabilidade de que a crise seja menos intensa no Brasil. Neste caso, o dólar deve fechar o ano na casa dos R$ 1,90.


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