(Por Camila da Rocha Mendes) Após um longo processo de acertos e intervenções do governo, a negociação entre duas das maiores empresas de telecomunicações do mercado brasileiro chega ao fim.

 

Executivos da Oi (antiga Telemar) e representantes da Brasil Telecom (BrT) fecharam nessa quinta-feira (8) os detalhes do pagamento de R$ 5,86 bilhões para concretização do negócio, dando origem à chamada supertele.

 

Mercado dominado

 

A partir da transação, a Oi incorpora mais de 60% das ações da Brasil Telecom, o que a torna membro majoritária da instituição e detentora do controle. Agora, a empresa resultante da operação ficará com grandes fatias do mercado: 53,8% dos acessos de telefonia fixa (contra 28,9% da Telefônica e 12,3% da Embratel), 19,3% das linhas de celular (a Vivo tem 30,0%) e 38,4% de banda larga (ante 25,6% da Telefônica), de acordo com da consultoria Teleco, referentes ao terceiro trimestre de 2008.

 

O envolvimento na transação de empresas cujo capital é vinculado ao governo – entre elas o Banco do Brasil que entrou com R$ 4,3 bilhões, e o Banco Nacional de BNDES acionista da Oi, que aportou R$ 2,569 bilhões – gerou polêmicas que influenciaram na demora da conclusão das negociações.

 

Como a união das duas teles implica em questões de mercado, uma vez que a empresa resultante terá fatias de alguns segmentos muito superior às concorrentes, a compra precisa ainda ser aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

 

Operação

 

Segundo comunicado da Oi, em até 30 dias o grupo encaminhará à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) o pedido de registro de Oferta Pública de Aquisição (OPA) das ações com direito a voto dos acionistas minoritários da BrT Participações e da BrT S.A., assegurando o preço mínimo igual a 80% do valor pago por ação do bloco de controle. Essa medida é de “praxe” entre as empresas que participam de fusões e aquisições, uma prática adotada para permitir aos acionistas da empresa comprada, que podem não gostar da operação, vender suas ações sem prejuízo.

 

"Concluídas as OPAs obrigatórias, pretende-se realizar, com vistas à simplificação da estrutura acionária, uma reorganização societária das empresas envolvidas na operação, de forma a que, após as OPAs obrigatórias, os acionistas da BrT Part e BrT remanescentes receberão ações da Telemar Norte Leste em substituição às ações que possuírem, ampliando consideravelmente a liquidez de suas ações nas Bolsas de Valores e beneficiando os acionistas das sociedades envolvidas", informa o comunicado.


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Oi paga US$ 5,8 bi e finalmente assume Brasil Telecom

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