Uma pesquisa da Intuit, empresa de software dos Estados Unidos, concluiu que até 2020, 40% dos norte-americanos serão profissionais independentes. Ou seja, serão freelancers, trabalharão para si próprios de qualquer lugar do mundo e não terão vínculos formais com empresas.
Mas, não precisamos esperar quatro anos para entender que o mercado está mudando. E rápido. De olho nas transformações, o LinkedIn lançou o Profinder, uma plataforma como diversas já existentes que unem freelancers a contratantes. Com o slogan “leve o seu projeto de coisa a fazer para feito”, ele recebe demandas de empresas e reúne os melhores profissionais de seu banco de dados que se encaixam na função descrita. Entre as opções, estão design, tradução, assessoria legal e consultoria financeira.
Segundo Vaibhav Goel, gerente de produtos do LinkedIn, o número de freelancers cresceu 50% nos últimos cinco anos entre os usuários da plataforma. “À medida que a força de trabalho evolui, nós também evoluímos”, explicou. A ferramenta ainda não chegou ao Brasil, mas o mercado também segue a mesma tendência por aqui.
Todas estas mudanças se devem a diversas razões. Uma delas é a das empresas – em crise ou não – reduzirem o quadro de funcionários com vínculo empregatício tradicional e usarem a tecnologia para manter seus prestadores de serviços conectados. Outra é que com esta nova forma de contratação, os empregadores conseguem encontrar em qualquer lugar do mundo o profissional perfeito para funções muito específicas e necessárias para um determinado momento. Estas duas premissas se encaixam no que está sendo chamado de Gig Economy: uma cultura econômica de trabalhos remotos e de curta duração.
Por outro lado, cresce também o número de pessoas que querem fugir da rotina dos escritórios e horários fixos e que preferem fazer home office da própria casa e de qualquer outro lugar do mundo. A chance de não ter chefe, de usar apenas um computador, de ser responsável pela própria agenda e, especialmente, de poder escolher os projetos para os quais quer trabalhar são os pontos positivos para os trabalhadores neste mercado em movimento.
Por tudo isso, os profissionais agora são marcas e precisam se vender para conquistar estes trabalhos temporários. Como? Para entender melhor como ser um bom freelancer, conversamos com Tomas O’Farrell, co-fundador da Workana, marketplace australiana de contratação de freelancers voltada para a América Latina e que tem no Brasil seu principal mercado, com 50% do volume de negócios. No banco de dados, são mais de 400 mil cadastrados e 100 mil projetos de oito categorias.
1) Organização
“Além de ter boa capacidade operacional, o freelancer precisa ser organizado e disciplinado, tanto com os projetos que irá desenvolver, quanto com suas finanças”. Ou seja, cumprir os prazos determinados é imprescindível.
Vale lembrar que a informalidade desta modalidade de trabalho em ascensão não garante salário pingando na conta no fim do mês como empregos com CLT. Então, é preciso ter um planejamento financeiro exato para não passar por apuros. Por outro lado, esta organização permite também criar um termômetro do quanto vale seu trabalho e quanto tempo precisa pegar no batente para quitar as contas. Isso abre um leque de possibilidades para fazer o próprio horário e período de férias, além de uma agenda mais fléxivel.
2) Saiba usar a internet
“Ao ser um freelancer, a sua reputação online passa a ser a sua melhor carta de vendas. Afinal, isso mostra o quão felizes os seus clientes estão por terem trabalhado com você. Entenda que esta reputação leva demanda tempo para ser construída, mas pode ser destruída rapidamente”, explica o profissional.
3) Destaque seus pontos fortes
Claro que como freelancer é possível ter empresas e clientes fixos, mas até isto acontecer, a maior parte dos trabalhos é esporádica. Portanto, até provar seu talento, valorize suas qualidades para conseguir os projetos que mais quer. “Saiba exaltar seus pontos fortes ao fazer propostas de trabalho para se destacar dos concorrentes. Ter boa estratégia de precificação é outro aspecto que conta bastante”, explica Tomas O’Farrell.
4) Quanto cobrar?
“Definir um preço é complicado, especialmente no início. Por isso, o freelancer tem que contabilizar as conversas com o cliente para entender bem o que ele quer, mantê-lo atualizado ao longo do projeto e saber que mudanças e ajustes sempre irão surgir no final. Então, é essencial enviar um orçamento que contemple tudo isso”.
Para se ter uma ideia, Tomas O’Farrell explica que a área de TI e programação é a que possui maior ticket médio, de R$ 1400 por projeto. Em seguida, estão marketing e vendas (R$ 850), design e multimídia (R$ 650) e tradução e conteúdo (R$ 150).
5) Estude
“Sempre invista em novos conhecimentos na área de atuação para acompanhar as principais tendências do mercado”.
6) Atenção à comunicação
Na maior parte dos projetos, a comunicação entre profissional e contratante é à distância. “A principal questão em relação ao empregador é a comunicação. Passe um feedback de todas as ações que são desenvolvidas e reserve um tempo para explicar o seu trabalho. Tirar as dúvidas do contratante é também questão essencial”, finaliza O’Farrell.
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