(Por Camila da Rocha Mendes) O governo anunciou no final da tarde desta quinta-feira (11) um conjunto de medidas para estimular a economia diante da crise externa, incluindo cortes de impostos que vão implicar em uma renúncia fiscal de quase R$ 9 bilhões.
Entre as medidas estão:
* criar duas alíquotas adicionais de Imposto de Renda da Pessoa Física, de 7,5% e de 22,5%;
* zerar temporariamente alíquota de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para compra de carros populares e reduzir em 50% o imposto para carros de motor até 2.0;
* reduzir IOF sobre crédito ao consumidor de 0,0081% ao dia para 0,0041%.
Além disso, o Banco Central será autorizado a usar as reservas em moeda estrangeira para financiar empresas nacionais que atuam no exterior. Essa medida ainda depende de aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN). Esta última proposta, além de seu objetivo direto de ajudar a indústria, também ajuda a controlar a alta do dólar frente ao real, pois a liberação das reservas aumenta o montante de moeda norte-americana em circulação na economia.
Pacote brasileiro é bom
Se por um lado o fracasso da aprovação do pacote das montadoras no Senado norte-americano trouxe pessimismo aos mercados, “Por outro lado, as medidas do governo brasileiro para estimular o crescimento do país devem ser um contraponto importante para amenizar um pouco o pessimismo imposto pelos mercados externos”, considera Miriam Tavares, diretora de Câmbio da corretora AGK.
Além disso, as medidas são mais direcionadas ao consumidor, o que estimula o consumo e pode aquecer a economia em geral. "É dinheiro que sai do bolso do governo diretamente para a classe média", resumiu o economista Cláudio Gonçalves, do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP), em entrevista à Agência Estado.
Com isso, o governo já aumentou as linhas de crédito, a liberação do compulsório e agora promove incentivos fiscais, medidas que ao todo somam R$ 250 bilhões colocados direta e indiretamente na economia brasileira.
