(Por Camila da Rocha Mendes) Após o fechamento dos pregões desta terça-feira (13) rumores quanto à fusão das duas instituições financeiras Citigroup e Morgan Stanley foram confirmados. O processo faz parte de uma grande reestruturação do Citigroup, que pretende separar suas atividades internas em duas principais divisões: uma voltada para grandes clientes e outra para varejo, além de cortar várias linhas de serviços que o banco considera dispensáveis.
O primeiro passo será a criação de uma joint-venture chamada Morgan Stanley Smith Barney, resultado da fusão das atividades de corretagem dos dois bancos que terá conclusão durante o terceiro trimestre deste ano. A operação criará a maior corretora dos Estados Unidos (ultrapassando o Bank of America, com atuais 16.000 corretores), contará com 20 mil assessores e US$ 1,7 trilhão de ativos em carteiras.
A nova empresa será controlada pelo Morgan Stanley, com 51% do capital. Já o Citi ficará com 49% da empresa e receberá US$ 2,7 bilhão em dinheiro como parte da transação. A área de private banking do Citi não faz parte do negócio. Os dois bancos informaram que a joint venture poderá gerar sinergias de US$ 1,1 bilhão com redução de despesas operacionais, de tecnologia, marketing e vendas, entre outras.
Citi se renova para eliminar problemas
Além da nova joint-venture, o Citi pretende ainda separar o lado bom e o ruim de suas operações. Explica-se: o banco foi fortemente afetado pela crise financeira e até perdeu seu posto de maior do mundo. O Citi agora irá se reestruturar focando em operações para empresas, investimento e na atuação como banco de varejo e manterá uma área menor para trading (operações no mercado de ações e títulos, centro dos problemas durante o auge da crise global). Ao mesmo tempo, irá transferir ativos e negócios indesejados, como dívidas complexas, para uma estrutura separada.
Apesar da notícia da “revigorada” nos negócios, o receio quanto aos números do balanço que serão divulgados pelo Citigroup no dia 22 de janeiro ainda ronda os mercados. Estimativas relatam prejuízos de até US$ 10 bilhões no quarto trimestre de 2008, contra R$ 4 bilhões das primeiras previsões. Vale lembrar que prejuízos em grandes bancos ocasionaram fortes quedas nas bolsas no terceiro trimestre do ano passado.