O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, afirmou nesta quarta-feira (12) que o pacote de US$ 700 bilhões destinados a ajudar o sistema financeiro do país não irá mais adquirir os ativos podres que ajudaram a disseminar a crise mundial.

 

Estes ativos, que têm seu valor atrelado às hipotecas de alto risco, seriam comprados pelo governo, no intuito de retirar este “problema” dos ombros dos bancos. Segundo Paulson, nas últimas semanas o governo reavaliou qual seriam os benefícios de se comprar estes papéis e concluiu que " neste momento é de que essa não é a maneira mais eficaz de usar os recursos do pacote".

 

Paulson reiterou que o Departamento do Tesouro e o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) continuarão de olho nas condições do mercado financeiro e que, se necessário, a compra dos papéis podres poderá ser usada em algum momento para ajudar a fortalecer o sistema financeiro.

 

Dessa forma, esclareceu o secretário, os recursos previstos no pacote para o sistema financeiro, cerca de US$ 700 bilhões, deverão ser usados principalmente na compra de ações de instituições em dificuldade – entre elas, bancos, seguradoras e fundos.

 

Montadoras

 

As declarações do secretário foram feitas em coletiva à imprensa internacional, após a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, ter pedido na terça-feira que o governo use parte do pacote de US$ 700 bilhões para ajudar as montadoras americanas General Motors, Ford e Chrysler. Estas empresas tiveram grandes perdas com a crise e já iniciaram programa de demissões.

 

Mas Paulson disse que o cerne do plano anti-crise é o sistema financeiro, indicando que, por ora, as montadoras não serão ajudadas. Contudo, ele reconheceu e importância do setor para a economia do país "Sei que os fabricantes de automóveis são importantes para os Estados Unidos", disse.

 

Este ano, o número de carros vendidos nos EUA deve atingir seu nível mais baixo desde o início da década de 1980, com uma queda de mais de 25% em relação a 2007, de acordo com algumas estimativas.


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EUA: pacote anti-crise não vai mais comprar ativos podres