(Por Camila da Rocha Mendes) Em primeiro lugar, devemos saber que na Bolsa existem índices compostos por diversas ações (também chamadas de ativos, papéis ou renda variável), que servem de referência para entender qual a tendência predominante do mercado. No caso da Bolsa brasileira, o principal índice é o Ibovespa. Quando se fala que a Bolsa subiu ou desceu, a variação que está sendo usada é a do índice.

 

Segundo definição da própria Bovespa, sua finalidade básica é servir como indicador médio do comportamento do mercado. Para tanto, as ações que fazem parte do índice representam mais de 80% do número de negócios e do volume financeiro negociados no mercado de ações. “Como as ações que fazem parte dessa carteira têm grande representatividade, podemos dizer que se a maioria delas estiver subindo, o mercado, medido pelo Ibovespa, está em alta, e se estiver caindo, está em baixa”, define a Bovespa.

 

Ibovespa e commodities

 

Pois bem, dentro do Ibovespa, as ações mais negociadas e de empresas que tem um grande valor de mercado (soma do valor de todas as suas ações) são as que têm maior peso. No caso, as empresas de maior peso do índice são: Petrobrás, Vale, e as siderúrgicas Gerdau CSN e Usiminas que juntas correspondem a cerca de 40% do Ibovespa.

 

Então, se estas empresas sofrem grande variação, é muito provável que elas sozinhas determinem para onde vai o índice. As ações destas companhias, por sua vez, são muito sensíveis aos preços internacionais de commodities (matérias-primas como petróleo, metais e insumos agrícolas), justamente os produtos que vendem. Se os preços de commodities estão subindo, calculam os investidores, estas empresas irão lucrar mais, o que torna suas ações um bom negócio. Assim, com muita gente querendo comprar estes papéis, a forte demanda leva a uma valorização, e pressiona o Ibovespa a subir. O inverso também é valido: se as commodities estão caindo, a perspectiva de ganhos da empresas ligadas a elas se reduz, os investidores vendem suas ações, que caem, derrubando o Ibovespa.

 

Se as ações das empresas que mais têm maio peso no “termômetro” da Bolsa são diretamente impactadas pelas cotações de commodities, fica fácil concluir que este é um fator que exerce bastante influência no mercado brasileiro.

 

EUA e Wall Street

 

Ao mesmo tempo, os índices de ações norte-americanos são uma referência global, pois sinalizam como está o ânimo de investidores na maior economia do mundo.

 

Quando os mercados de Wall Street sofrem, a Bolsa daqui costuma acompanhar. Isto porque, cerca de 30% dos investidores da Bovespa são estrangeiros. Quando eles sentem que a situação está ruim, os primeiros lugares onde vendem ações são nos países emergentes, considerados mais arriscados, e aí se inclui o Brasil. Além disso, muitas vezes, eles vendem papéis aqui para cobrir prejuízos que estão tendo com o dia de perdas por lá. Assim, quanto mais ações vendidas, mais o índice desce, levando a Bovespa para o vermelho.

 

Ou seja, ao lado das commodities, Wall Street é outro fator de grande influência sobre o mercado de renda variável no Brasil. É claro que existem outras forças que podem impactar nossa Bolsa, mas pode-se dizer que estes são os mais freqüentes. Crises em outros países, medidas do governo, lucros de empresas, e até atentados terroristas podem atuar na direção dos índices.

 

Da mesma forma, notícias de problemas na economia dos EUA – que é a maior do mundo e tem relações com quase todos os países – geralmente provocam recuos por aqui. Mas neste caso, o provável é que cause baixas ao redor do globo, afinal problemas para a superpotência são problemas para todos. Como podemos observar nos últimos meses, a crise em que os EUA se meteram, que acabou por contaminar outros países e ameaça se espalhar por mais economias, se tornou foco de atenções sendo responsável por seguidas quedas do Ibovespa e de índices ao redor do mundo. 


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Entenda o sobe e desce da Bovespa e suas principais influências

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