(Por Camila da Rocha Mendes) Os empresários brasileiros já se demonstram preocupados com a crise financeira internacional, segundo revela a pesquisa Sondagem Industrial elaborada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Apesar de ter havido um aumento na produção industrial e no número de empregados na comparação com o segundo trimestre, as perspectivas para os próximos seis meses são pessimistas. A pesquisa ouviu as opiniões de 1.443 empresários entre 30 de setembro e 20 de outubro.
No terceiro trimestre, a produção alcançou 57,8 pontos (em uma escala de 0 a 100, resultado acima de 50 pontos indica crescimento), 1,3 pontos acima do registrado no trimestre anterior. O emprego também subiu, passando de 53,6 pontos no segundo trimestre para 54,4 pontos no terceiro. A utilização da capacidade instalada alcançou 78%, contra 77% do trimestre anterior.
Nas grandes empresas, porém, já há estoque acumulando, o que demonstra que a produção não tem encontrado compradores. O indicador dos estoques nas grandes empresas marcou 55,3 pontos – índices acima dos 50 pontos indicam estoques acima do planejado. Para as médias empresas o número foi de 50,5 e para as pequenas 48,4.
Lucro
A satisfação das grandes empresas com a margem de lucro, por sua vez, caiu de 48 pontos no segundo trimestre para 45,4 no terceiro. Para as médias e pequenas, ao contrário, o indicador subiu, passando de 43,5 pontos para 44 pontos e de 42,2 a 43,1 respectivamente.
Futuro
As perspectivas dos empresários também pioraram. A pesquisa revela que, em outubro, a expectativa para a demanda estava em 53,5 (acima de 50 indica expectativa positiva), contra 61,2 pontos averiguados na pesquisa anterior – feita em julho, antes de a situação financeira mundial apresentar problemas graves. Ou seja, os líderes de companhias acreditam que irão vender menos nos próximos meses. Em relação ao número de empregados para os próximos seis meses, o índice é de 51,1 pontos, contra 59,4 de julho.
