(Por Camila da Rocha Mendes) O Banco Central informou que US$ 7,15 bilhões foram retirados da economia brasileira em novembro deste ano, o maior valor apurado desde janeiro de 1999, ocasião em que US$ 8,58 bilhões deixaram o país. Em outubro deste ano, de acordo com o BC, US$ 4,63 bilhões já haviam deixado o país.

A sangria de dólares reflete a crise financeira internacional que tem gerado fortes variações na Bolsa de Valores e no Câmbio no Brasil. A retirada de recursos em moeda estrangeira do País diminui a oferta de dólares no mercado interno e pressiona sua cotação para cima.

Aversão ao risco provoca retirada

No mês passado, US$ 7,15 bilhões escaparam da economia em decorrência, principalmente, da aversão ao risco de investidores, que aumenta em momentos de pessimismo na economia mundial. O maior movimento de retirada de recursos foi observado em aplicações que estavam em investimentos financeiros, como a bolsas de valores e a renda fixa.

Também se observou que aumentaram as remessas de lucros e dividendos ao exterior – uma vez que as empresas multinacionais enviam dinheiro a suas matrizes do primeiro mundo, que estão em dificuldades – e os investimentos estrangeiros diretos (IED) diminuíram. No total, a conta financeira do Brasil (que verifica as operações em investimentos como bolsa e renda fixa) registrou um escape de US$ 10,29 bilhões, o maior valor em dois anos.

Em contrapartida, as operações da balança comercial, que contabilizam somente compras e vendas ao exterior, tiveram saldo positivo de US$ 3,13 bilhões para a economia brasileira em novembro (US$ 13,49 bilhões em exportações e US$ 10,35 bilhões em importações).

A conta financeira e a balança comercial brasileira formam todas as operações de compra e venda de dólares do país com o resto do mundo – que é conhecido como fluxo cambial.

 

 


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