(Por Camila da Rocha Mendes) Segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira (20) pelo Banco Central, as instituições financeiras já prevêem menos crescimento econômico para este ano, e para o próximo, além da alta da inflação.

 

O agravamento da crise financeira internacional é apontado como a razão para que os agentes do mercado reduzissem suas expectativas em relação à performance econômica do Brasil.

 

A previsão para a expansão da economia brasileira neste ano, medida pelo PIB (Produto Interno Bruto), caiu pouco: de 5,23% para 5,22%. Porém, para 2009, a projeção recuou mais, de 3,50% para 3,35%. Segundo economistas, os efeitos de uma desaceleração da produção e do consumo mundiais, ocasionados pela crise de crédito, serão mais sentidos a partir do ano que vem.

 

Na última semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a economia cresceria entre 4% e 4,5%, no próximo ano. Oficialmente, a previsão é de que o PIB avance 4,5% em 2009, mas alguns membros do governo já sinalizaram que essa estimativa deve ser revisada para baixo.

 

Inflação

 

Os agentes consultados pelo BC elevaram sua estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência para o sistema de metas de inflação do governo. Para o ano de 2008, a estimativa passou de 6,20% para 6,23%. Para 2009, após cinco semanas consecutivas de redução, a projeção do mercado voltou a subir. Passou de 4,80% para 4,90%.

 

No Brasil, é dotado um sistema de metas de inflação, pelo qual o BC calibra a taxa de juros para atingir uma meta pré-determinada. Para este ano, e para 2009, a meta central de inflação é de 4,50%. Porém, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, a inflação pode oscilar entre 2,50% e 6,50% sem que esteja fora do que é considerado adequado pelo governo. O BC já avisou que está definindo os juros para que a meta central de 4,5% seja atingida já em 2009.

 

Aluguéis mais caros

 

Outra medida de inflação, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), divulgado hoje, revelou que a inflação está acelerando. Na segunda apuração prévia de outubro, o IGP-M veio acima do medido em setembro, informou nesta segunda-feira (20) a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

 

O índice subiu 0,86%, em contraste com a alta de 0,04% apurada em setembro. O resultado acumulado do IGP-M é usado no cálculo de reajuste nos preços dos aluguéis. Até a segunda prévia de outubro, o IGP-M acumula elevações de 9,40% no ano e de 12,10% em 12 meses. O período de coleta de preços para cálculo da segunda prévia do IGP-M de outubro foi do dia 21 de setembro a 10 de outubro.

 


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Diante da crise, instituições financeiras projetam menos crescimento e mais inflação