(Por Camila da Rocha Mendes) – Os setores da construção e de materiais de construção apresentaram um ciclo de exuberante expansão nos últimos doze meses – que resultou num aumento médio dos produtos de 15,68% de janeiro a novembro e de 16,27% nos últimos doze meses, constata pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Mas, com a crise internacional, os dias de glória da construção civil, que vinha registrando recordes de vendas, estão no fim, uma vez que com menos facilidades de crédito a população está reduzindo a compra do imóvel próprio.

Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), o produto com maior impacto sobre o custo da construção, em 2008, foi o vergalhão de aço que apresentou variação de 46,62% durante o ano.

Acompanhando esta tendência durante o ano de 2008, itens igualmente importantes nas reformas e construções foram os que mais descolaram da inflação: Tubos/eletrodutos e conexões de aço (27,48%), tijolos e telhas cerâmicas (21,65%), areia lavada (22,91%), madeira para telhados (21,10%) e cimento (18,82%) – como pode ser visto na tabela abaixo – apresentaram as maiores altas de preços durante o período. “Em meados deste ano, o setor experimentou os aumentos mais acentuados – o pico foi em agosto (2,51%) – mas, agora, com a crise mundial e a queda dos preços das principais commodities – minérios, petróleo e plásticos – a tendência será assistirmos a uma progressiva estabilização dos preços”, afirma o economista Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas da FGV.

O economista avalia que, ao longo do ano, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)subiu devido ao aquecimento da demanda e à aceleração dos preços das commodities, que permitiram os repasses: “De dois meses para cá, no entanto, o índice começa a mostrar uma mudança desta tendência. E o consumidor pode tirar proveito de situações como esta quando o vendedor também busca “desovar” seus estoques. Ninguém deve ser desaconselhado a comprar, mas é preciso fazer as contas.”, destaca.

Os preços de alguns destes produtos já apresentam aumentos menores em novembro: o aço (ca-50 e ca-60) que em outubro havia subido 1,31%, apresenta agora variação de 0,32%, tijolos e telhas cerâmicas (de 3,03% para 1,51%), areia lavada (1,92% para 1,23%) e cimento (6,49% para 2,58%). Para Salomão Quadros, os números sinalizam o gradativo desaquecimento do setor da construção. Boa notícia para quem deseja construir a casa própria.

 


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Construção: depois da expansão custos retornam à estabilidade, diz FGV