(Por Camila da Rocha Mendes) A confiança do consumidor brasileiro foi abalada pela crise internacional e atingiu o menor nível em três anos, segundo demonstra o ICC (Índice de Confiança do Consumidor), que caiu 4,2% entre outubro e novembro, saindo de 101,1 pontos para 96,9 pontos. Contra novembro de 2007, quando o indicador ficou em 114,3, o recuo foi de 15,2%.

 

A FGV (Fundação Getulio Vargas), responsável pela apuração do índice, revelou nesta terça-feira (25) que o sentimento de confiança diminuiu tanto no presente quanto em relação ao futuro.

 

O ICC é composto por cinco quesitos contidos na Sondagem de Expectativas do Consumidor, realizada com base em uma amostra de mais de 2 mil domicílios em sete das principais capitais brasileiras. A coleta de dados para esta edição ocorreu entre 31 de outubro e 19 de novembro.

 

Presente e futuro

 

De acordo com a pesquisa, o índice referente à situação presente anotou 98,1 pontos neste mês, inferior aos 104 de outubro e dos 111,3 de novembro do ano passado. O indicador de expectativas marcou 96,2 em novembro, contra 99,5 do mês passado e 115,9 de um ano atrás.

 

"Em novembro, a queda do índice foi influenciada principalmente pela pior avaliação do consumidor a respeito da situação financeira familiar e pelo menor ímpeto para compras de bens duráveis nos próximos meses", explicou a FGV.

 

Famílias e compras

 

A percepção quanto à situação financeira da família também piorou, pois 17% dos entrevistados consideraram as condições familiares como boas, contra 20,6% da apuração anterior. Em contrapartida, subiu de 13,9% para 16,1% no mesmo período o grupo dos que avaliaram como ruim sua situação financeira familiar.

 

Em linha com o pessimismo demonstrado pelo ICC, as pessoas consultadas pela FGV também não demonstraram disposição de sair às compras: 14,5% dos entrevistados responderam que pretendem adquirir um bem durável nos próximos meses, sendo que na pesquisa anterior essa parcela era de 17,5. Ao mesmo tempo, os que pretendem gastar menos aumentaram de 32,9% para 35,6%.

 


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Confiança do consumidor chega ao menor nível desde 2005