(Por Camila da Rocha Mendes) – Com a onda de fusões entre grandes bancos brasileiros, o correntista deve estar se perguntando como fica sua situação. A primeira negociação desse tipo aconteceu em outubro do ano passado, quando o banco espanhol Santander adquiriu o holandês ABN Amro e assim passou a controlar o Banco Real (pertencente ao ABN) no Brasil.
 

No começo deste mês, o Itaú e o Unibanco surpreenderam a todos ao anunciarem sua fusão. E ontem, em pleno feriado da Consciência Negra (20), o Banco do Brasil divulgou a conclusão da compra da Nossa Caixa, operação que ainda depende de algumas aprovações. Dessa forma, o setor bancário se tornou mais concentrado, ou seja, o mercado ficou na mão de grandes companhias e menos dividido.
 

Com isso, a concorrência diminui, o que pode influenciar diretamente nos valores cobrados por serviços. Um conselho para os correntistas destas instituições é reler os contratos e acompanhar, por meio dos extratos, as tarifas que estão sendo cobradas. Pela lei, os bancos só podem aumentar tarifas uma vez por semestre e isso já aconteceu no último período. Qualquer novo aumento tem que ser comunicado com pelo menos 180 dias de antecedência, conforme determina o código do consumidor.
 

Contratos de financiamento, empréstimo, abertura de contas ou outros serviços já contratados não podem ser alterados. Se surgir alguma dúvida, a área de ouvidoria dos bancos é indicada para o atendimento ao correntista.
 

Fortalecimento do setor
 

Por outro lado, as autoridades acreditam que este movimento de consolidação (quando as empresas se unem – através de aquisições ou fusões – reduzindo o número de concorrentes no mercado) pode fortalecer o setor bancário e, conseqüentemente, melhorar a vida dos correntistas.
 

Em entrevista à Agência Brasil, o ministro da Fazenda Guido Mantega afirmou que “É boa [a venda] porque equilibra o jogo entre os grandes bancos e aumenta a competição. É bom que o Banco do Brasil e a Caixa sejam instituições fortes, que têm o poder de competir, de modo a beneficiar os correntistas que tomam crédito no mercado”, afirmou o ministro ao comentar a operação.
 

Na avaliação de Mantega, a compra da Nossa Caixa fortalece os bancos públicos neste momento de crise. “É importante num momento de turbulência como esse termos bancos fortes que não sofrem nenhuma restrição de crédito e ajudam a manter o mercado mais sólido”, argumentou o ministro.
 

Na mesma linha, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta quinta-feira (20), por meio de sua assessoria de imprensa, que a aquisição da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil é uma iniciativa que vai contribuir para o "fortalecimento do sistema financeiro nacional na atual conjuntura do mercado financeiro internacional".
 

Em nota divulgada sobre a transação, o Banco do Brasil destacou que, "na forma como está acordada, a operação preserva o interesse dos agentes relacionados às empresas, incluindo empregados, correntistas, acionistas e demais parceiros.


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Como fica situação de clientes após fusões de bancos?

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