(Por Camila da Rocha Mendes) O democrata Barack Obama foi eleito, na madrugada desta quarta-feira (4), o primeiro presidente negro dos Estados Unidos e o 44º da história do país, o que pode trazer melhores perspectivas para a recuperação da economia americana e também para o restabelecimento da confiança dos investidores e agentes econômicos.
Estas esperanças animaram os mercados financeiros globais no dia de ontem. Refletindo esse maior apetite por risco, a alta do euro ante o dólar e a alta das commodities exportadas pelo Brasil, o mercado de câmbio doméstico operou em queda o dia todo.
“Mas, hoje os investidores voltam à realidade, que é a de um mundo em crise. Os prognósticos, confirmados pelos fatos sobre a economia real, são cada vez mais negativos. Com isso, apesar das fortes altas na Ásia, os primeiros sinais do dia na Europa e EUA são de que os mercados vão corrigir pelo menos parte dos exageros de ontem”, avalia Miriam Tavares, diretora de Câmbio da corretora AGK.
Efeitos da retração econômica ainda pesam
Ou seja, apesar de trazer confiança renovada ao governo norte-americano, ao assumir o comando Obama não apaga uma forte crise que já está em andamento. E os investidores sabem disso. Então a euforia da véspera deve ser “corrigida” e nesta sessão é possível que os mercados reajam caindo. Os índices futuros, que abrem antes do pregão regular, já apontam um dia de perdas.
No mundo corporativo, as empresas européias e norte-americanas dão continuidade à maré de más notícias, anunciando prejuízos, redução de investimentos e demissões. Assim, não há bolsa que resista. Por aqui, o dólar sinaliza uma recuperação e sobe 0,90% para R$ 2,128.
Europa volta a cair
Na Europa, onde o mercado abre antes daqui (devido ao fuso horário) as bolsas operam em recuo, com investidores preferindo realizar lucros obtidos nos últimos dias. Analistas acreditam que uma vitória de Obama já estaria refletida nos preços das ações.
Por volta das 7h30 (horário de Brasília), a bolsa de Londres apurava baixa de 2,84%, enquanto o francês CAC-40 recuava 2,86%. Na Alemanha, o índice DAX apontava queda de 2,02%. Já o madrilenho Ibex perdia 2,01%.