Arnaldo Branco é roteirista do programa Casseta e Planeta, cartunista da Folha de S. Paulo e do jornal MTV na rua, quadrinista d’O Globo e do portal G1 e colunista das revistas Monet e Zé Pereira. Está lançando a coletânea de tiras Mundinho Animal, pela editora Leya. Ele também mantém um site, o Mau Humor.
Aos leitores do Virgula, Arnaldo conta como começou e dá suas dicas para quem se interessa por quadrinhos e quer seguir carreira nessa área.
– De onde/como surgiu o interesse pela sua profissão?
Da leitura de quadrinhos na adolescência, quando descobri finalmente que as tiras dos jornais não eram criações mágicas dos duendes do Papai Noel, e sim obra de profissionais pagos. Mantive minhas ilusões fantásticas em relação ao quanto recebiam para fazer isso, infelizmente.
– Qual sua formação?
Basicamente fiquei esperando que meu talento natural florescesse – e daí comecei nisso aos trinta e dois anos. Mas durante esse tempo, lia outros autores com rigor de vestibulando. Foi difícil convencer os outros, principalmente minha mãe, mas estava realmente me educando.
– Como você entrou no mercado?
Por convite. Aos 45 do segundo tempo, com a velhice já às portas, fiz um blog (nunca montei um portfolio para mostrar por aí, como meus antecessores e alguns dos contemporâneos), meu nome circulou e editores me chamaram. Um pouco de pró-atividade deve acelerar o processo, mas graças a Deus não existem mais testes do sofá com os baluartes do cartunismo.
– Que dicas você daria pra quem quer seguir a mesma profissão?
Acho que o ideal é gostar tanto de quadrinhos e cartuns que, por respeito à arte, você acabe desistindo se achar que não tem o talento para fazer nem a disposição para aprender a fazer direito.
– Quais as coisas mais legais e as mais chatas com as quais alguém tem que lidar na sua profissão?
As coisas chatas são os editores sovinas e as dores nas costas. As legais, todo o resto.