(Por Camila da Rocha Mendes) A Câmara dos Representantes (Câmara dos Deputados) dos Estados Unidos aprovou o pacote de resgate financeiro, nesta tarde. O placar foi de 263 votos a favor e 171 contra a medida. Na segunda-feira (29), o projeto havia sido rejeitado no Senado, causando quedas históricas nas Bolsas de todo o mundo.
Após a rejeição, o plano foi revisto e aprovado no Senado, na quarta-feira (1). Com a mudança, seu custo total foi ampliado de US$ 700 bilhões para US$ 850 bilhões. Conforme o projeto original, desse valor, até US$ 700 bilhões podem ser usados para comprar títulos podres que estão na carteira de bancos, seguradoras e fundos de pensão.
Outros US$ 150 bilhões foram adicionados pelo Senado na forma de cortes de impostos e incentivos fiscais, que buscam aliviar o bolso de contribuintes. Tais emendas ao projeto original foram feitas após pesquisas demonstrem que os norte-americanos não estavam contentes com um plano que socorria apenas aos bancos.
Sobe no boato, cai no fato
Apesar de a aprovação do pacote ter vindo com a rapidez que o mercado esperava, a Bolsa brasileira inverteu a trajetória de avanço. A Bovespa, que chegou a marcar alta de 4% mais cedo, às 15h desta sexta-feira (3) caia 0,8%. Da mesma forma, o dólar comercial também virou de sinal e é negociado a R$ 2,023 na venda, com acréscimo de 0,10% sobre a cotação de ontem.
Em contrapartida, o índice norte-americano Dow Jones ainda opera em território positivo, mas sobe menos do que no início da sessão. Agora, o índice marca alta de 0,65%, contra cerca de 2% antes da votação na Câmara.
Sendo assim, se o pacote de socorro às instituições financeiras era apontado como a solução para as turbulências, por que as Bolsas reagiram com negativismo à notícia? A resposta está nos últimos dados da economia norte-americana. A indústria dom país está vendendo menos, o mercado de trabalho perdeu o maior número de vagas em cinco anos e a inflação não dá trégua.
Ou seja, o pacote alivia, mas não resolve a gama de problemas que os EUA enfrentam. Por ser a maior economia do mundo, caso ocorra uma recessão por lá, todos os países com o qual se relacionam comercialmente podem ser atingidos também. Com essa perspectiva, investidores se mantêm cautelosos.
Então, no pregão de hoje, após as bolsas terem subido somente com a expectativa da aprovação do plano de socorro, investidores aproveitam para vender imediatamente suas ações e embolsar o lucro que já haviam conseguido ao longo do dia. Esse movimento é conhecido como realização de lucros. Com a venda maciça de ações, a Bolsa volta a cair – ou sobe menos.
