(Por Gabriel Codas) Nesta semana, o Brasil comemora dez anos da adoção do sistema de câmbio flutuante, que, de acordo com o presidente do Banco Central, Henrique Meireles, é uma das formas mais eficientes para o controle da inflação no país. Para 2009, Meireles diz que está mantida a previsão de 4,5% para inflação, com variação de dois pontos para cima. Anteriormente, o governo trabalhava com as bandas cambiais.
No sistema utilizado no passado, logo nos primeiros anos do Plano Real, o BC determinava o limite máximo e mínimo que o dólar poderia oscilar. A preocupação naquele momento era evitar especulação com a moeda brasileira e segurar também os preços. No entanto, esse método usa a taxa de juros elevada para impedir o avanço do câmbio. Eventualmente, devido às pressões do mercado, o governo altera os limites da banda.
Manter o câmbio dentro de um determinado limite é muito caro para um país, que precisa utilizar as reservas internacionais para segurar os avanços do dólar. Isso principalmente em um cenário complicado, como vivia o país na época. A Ásia e a Rússia tinham acabado de passar uma grave crise financeira e a aposta do mercado era que o Brasil seria a próxima vítima.
Para evitar um colapso, a banda de flutuação foi ampliada, com o BC atuando sua periodicidade de atuação nos mercados à vista e futuro de câmbio. Sem muito sucesso, dias depois, em 18 de janeiro de 1999, o então ministro da Fazenda, Pedro Malan, comunicou ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que, a partir daquela data, a taxa de câmbio seria determinada pelas forças do mercado. Com isso, o Banco Central teria atuações ocasionais, apenas para conter desordenamentos nas condições do mercado.
É graças ao sistema de livre flutuação do câmbio que o dólar chegou a ser negociado no Brasil a R$ 4 em 2002, quando o mercado temia os impactos da eleição de Lula para a presidência do país. Em meados do ano passado, a divisa dos Estados Unidos valia pouco mais de R$ 1,5, na mesma faixa desde o início do sistema em janeiro de 1999.
Evolução do dólar em janeiro de 1999
04/01 R$ 1,2078
12/01 R$ 1,2112
13/01 R$ 1,3200
18/01 R$ 1,5500
19/01 R$ 1,5800
29/01 R$ 2,1000