(Por Camila da Rocha Mendes) Em mais um dia de extremo nervosismo nos mercados, a Bovespa acionou o Circuit Breaker, dessa vez com apenas 35 minutos de pregão. Foi o terceiro dia em menos de duas semanas que o sistema de parada automática da Bolsa precisou ser acionado.

 

Quando as negociações foram retomadas, investidores se acalmaram e a Bolsa encerrou nesta sexta-feira (10) em recuo modesto na comparação com as quedas vistas nas últimas semanas, de 3,97%, aos 35.609,54 pontos.

 

Na semana, o Ibovespa, principal índice de referência das ações brasileiras, acumulou queda de 20,01%, e no ano, de 44,26%. Hoje, a Bolsa completou sete pregões seguidos de perdas. Na contramão, o dólar comercial deu um salto de 5,58% e fechou cotado a R$ 2,326 na venda. Com isso, acumula uma alta de 13,7% na semana, 22% no mês e 30,9% no ano.

 

Além do medo de que a economia global entre em recessão, a jornada de hoje também foi impactada pelo mau desempenho das Bolsas asiáticas, que despencaram com a notícia de que a crise financeira iniciada nos Estados Unidos fez sua primeira vítima no setor financeiro do Japão, onde uma seguradora pediu falência.

 

No Brasil, a crise já atingiu um importante grupo empresarial. Hoje, o Grupo Votorantim, assim como a Sadia e a Aracruz já fizeram, admitiu ao mercado que, devido a sua exposição financeira às oscilações do câmbio, vai arcar com um prejuízo de R$ 2,2 bilhões.

 

Mais um dia de perdas globais

 

Ainda sob o efeito da desconfiança em relação aos pacotes de resgates já anunciados por vários governos, as Bolsas ao redor do mundo registraram fortes quedas nesta sexta-feira.

 

Nos Estados Unidos, centro das atuais turbulências, as reações dos mercados foram mais brandas. O índice Dow Jones recuou 1,49%, ao passo que o Nasdaq, após passar boa parte da sessão em baixa, inverteu o desempenho no final dos negócios e fechou em leve alta de 0,27%.

 

Na Europa, a Bolsa de Londres, que chegou a cair 10%, fechou em baixa de 8,85%. Em Paris, o mercado de ações desceu 7,73%, enquanto Frankfurt recuou 7,01%. Em Madri, as operações foram encerradas em queda de 9,14%. Na Suíça, a Bolsa registrou baixa de 7,79%. Na Ásia, a Bolsa de Tóquio terminou a sessão com uma queda de 9,6%, elevando para 24% as perdas da semana.


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Bolsas: pânico persiste e viés negativo predomina