(Por Soraia Pedrozo) Nos últimos tempos tem se ouvido falar bastante sobre a Bolsa de Valores, no caso do Brasil, sobre a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). E não foi à toa. Nunca houve tanta participação de pessoas físicas como este ano.
No país, as atividades de aplicações em bolsa, que envolvem a compra e venda de ações (também chamadas de papéis) de empresas que tenham o capital aberto, ou seja, que não pertençam mais a um único só dono, mas a diversos sócios, ainda estão se consolidando. Tanto que a maior parte dos investidores é composta por estrangeiros, acostumados a investir há tempos. Quem se lembra das aulas de História em que foi ensinado sobre o crash na Bolsa de Nova York, em 1930, que fez com que os Estados Unidos entrassem em recessão?
Segundo Wagner Caetano, diretor da Top Traders, empresa que oferece cursos de capacitação financeira tanto para iniciantes como para experientes, a partir de 2002, com a expansão da banda larga da internet e a disseminação da atividade de home broker (software que permite comando direto de compra e venda de papéis por parte do investidor), o número de operações na bolsa cresceu.
As operações por meio do home broker são as mais comuns entre pessoas físicas, pois não têm um alto custo – já que não existe um operador 24 horas por dia à sua disposição para melhor fazer render seu dinheiro. O operador é o próprio investidor. Caetano explica que para aplicar basta ter mais de 18 anos, ou se a pessoa for menor de idade, pode aplicar se for em nome de um responsável.
R$ 100
“A partir de R$ 100 já se pode aplicar em ações. O primeiro passo é abrir uma conta em uma corretora de valores. Em seguida, é transferido o valor da conta corrente de quem quer investir. O terceiro passo é avaliar as ações que a pessoa deseja comprar – para auxiliar na decisão, existem analistas à disposição e relatórios do desempenho das ações de determinada empresa nos últimos anos”, pontua Caetano.
Outra opção é investir em clubes de investimento – quando diversas pessoas se reúnem e montam uma carteira de ações, nomeando uma delas para ser a responsável – ou em fundos de investimento – quando a pessoa compra uma cota e participa dos lucros e das perdas do fundo.
Caetano recomenda que adolescentes que têm interesse em começar a investir agora, a bolsa é um excelente negócio para um investimento com prazo de 10 anos. “Se quiser ter sua própria casa aos 28 anos, o jovem pode começar a aplicar uma pequena quantia, todos os meses. Ao final de 10 anos, poderá pagar à vista por seu imóvel”, alerta. Outra utilidade para adolescentes é já programar um MBA ou algum curso de especialização no exterior.
Tipos de ações
Existem as ações ordinárias e as ações preferenciais. As ordinárias são aquelas que dão direito de voto ao acionista. No entanto, as eventuais dívidas da empresa da qual o investido comprou papéis não são de responsabilidade desse acionista. Essa situação geralmente ocorre em empresas de capital fechado. Já as preferenciais não dão direito a voto, mas, em caso de falência da empresa, quem tiver essas ações tem maiores chances de recuperar parte de seus investimentos.