(Por Camila da Rocha Mendes) O pacote recém-aprovado pela Câmara dos Representantes nos Estados Unidos, que é o maior plano de socorro ao setor desde a Grande Depressão, não foi suficiente para conter a queda das Bolsas no final do pregão desta sexta-feira (3).
A expectativa antes da confirmação do aval de parlamentares norte-americanos sobre o plano, entretanto, motivou a subida de índices acionários durante boa parte da sessão. Em meio a dias de extrema instabilidade no mercado, investidores preferiram embolsar os ganhos e passaram a vender ações no meio da tarde, provocando mais um dia de baixa na Bovespa. O mercado de ações brasileiro fechou em recuo de 3,5% acumulando perda na semana de12%.
Com instabilidade predominante, o dólar inverteu seu sinal no decorrer do dia e terminou com alta de 1,24% na comparação com o real. A variação puxou a moeda norte-americana a R$ 2,046.
O presidente Gorge W. Bush já promulgou o pacote de resgate financeiro e agora ele pode ser efetivado. Bush elogiou a atuação dos parlamentares no caso e disse que o plano é vital "para ajudar que a economia americana supere a tempestade financeira", mas também advertiu que algum tempo será necessário para que o socorro se mostre eficaz.
O presidente advertiu que levará algum tempo para que a medida tenha um efeito.
Medidas suficientes?
A grande dúvida agora entre investidores é se as medidas serão eficientes. Um dos temores é de que os EUA aumentem muito a sua dívida pública com a liberação do pacote, que prevê um montante de US$ 850 bilhões.
Os recursos, que serão destinados à compra de ativos podres e a incentivos fiscais devem devolver liquidez ao sistema bancário, ou seja, prover condições para que bancos, seguradoras e fundos possam atuar com maior facilidade.
Porém, o pacote não chega a atingir diretamente setores também fragilizados, como o mercado de trabalho e a produção industrial. O futuro da saúde macroeconômica do país ainda é uma incógnita, apontam economistas.