Venezuelano nascido em Maracaibo e radicado em São Paulo, o artista Carlos Pedreañez é conhecido por criar instalações de arte e cenários, além atuar como VJ, área em que desenvolveu projetos para nomes como Pitty, Marcelo Jeneci e Otto.
Em sua nova série, Rastridade, Pedreañez se inspira no universo da gravura, especialmente a técnica “forma negra”. “A luz precisa do espaço oco e escuro pelo qual viaja, conseguindo fazer seu trajeto. É a íris que capta para fazer a impressão na retina. Assim, a luz vai abrindo espaço para uma matéria que suporta e sustenta apenas através da pegada que deixa passar, configurando, tomando forma própria no espaço-tempo da memória”, afirma ele, que chegou ao Brasil em 2003 para trabalhar como artista adjunto da renomada artista plástica Maria Bonomi.
“Este rastro de luz, sua impressão como deidade, seu encontro com o suporte oco, vazio, também pode descolar este vínculo do real e identitário para se converter em potência, expressiva de sentido latente que vai construindo uma paisagem móvel, trans, formada continuamente por seu caminho”, completa.
Fundador do coletivo de arte La Tintota, o artista também se destaca como cenógrafo, acumulando indicação ao Prêmio Shell de Teatro e montagens no Festival Amazonas de Ópera. Este ano, o BijaRi venceu o Prêmio Shell na categoria melhor cenário pelo espetáculo Adeus, Palhaços Mortos! com animações feitas por Pedreañez.
Rastridade, de Carlos Pedreañez
Créditos: Carlos Pedreañez/Reprodução