O Museu Transgênero de História e Arte (MUTHA), concebido por Ian Habib, seu CEO, inaugura com ineditismo, em 12 de dezembro de 2022, o primeiro arquivo histórico transgênero museal do Brasil, o Arquivo Histórico do Museu Transgênero de História e Arte (AHMUTHA).
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Pela primeira vez na história brasileira a população brasileira de pessoas corpo e gênero variantes pode contar sua própria história institucionalmente, em acervos arquivísticos museais, efetuando seus gerenciamentos, salvaguardas, preservações, pesquisas, educações e fruições. O acervo inclui vivências transgêneras, travestis, não-binárias, intersexo, indígenas, LGBTQIAP+, entre outras identidades.
Um acervo arquivístico completamente gratuito, virtual e de fácil acesso, o AHMUTHA é composto de coleções de caráter misto, bibliográfico, artístico, fotográfico, cientí
O Arquivo Histórico (AHMUTHA) comporá o conjunto de acervos arquivísticos museais do MUTHA, junto ao Arquivo Artístico de Dados (AAD), ao site e às suas tecnologias de produção de memórias e dados. A estrutura do AHMUTHA é composta pelo Programa de Produção, Preservação e Difusão Histórica (PPPDH), pelo Programa em Educação (PED) e pelo Acervo Digital (AD).
O PPPDH tem como objetivo coletar os Acervos do AHMUTHA, efetuando o processo de musealização de todos os objetos, organizados por meio de pesquisa, documentação, digitalização, registro, ficha catalográfica, disponibilização, conservação preventiva e restauro. O MUTHA convida a população e instituições públicas e privadas a colaborar com doações de materiais e fundos para manter o espaço em funcionamento.
O AD, uma espécie de biblioteca com mecanismo de busca comum que engloba todo o material musealizado, é composto por quatro acervos: Acervos de Pesquisa, dedicados a cada pessoa pesquisadora convidada pelo AHMUTHA ou pelo MUTHA; Acervos Transcestrais, dedicados a importantes personalidades, pessoas trans falecidas, com suas biografias de vida; Acervos MUTHANTES, com outras produções experimentais do próprio museu, que incluem intangíveis (performances, manifestações populares, outras) e obras de arte; e, por fim, destaca-se o Arquivo Vivo, tecnologia de manipulação de dados com curadoria compartilhada, criada para que pessoas trans vivas possam se autoarquivar e automusealizar, enviando seus próprios materiais. Os temas tratados serão pertinentes à toda diversidade do envelhecer trans: transformismo, história dos movimentos LGBTQIAP+, ativismo, migração, cidadania, direitos humanos, aposentadoria, comunidade, família, religião, cidades, território, raça-etnia, deficiência e questões de saúde, úteis para pesquisas em áreas como direito, artes, ciências humanas e ciências da saúde.
O PED tem como foco o desenvolvimento de programas educacionais em História e Arte e foi criado para oferecer às pessoas trans capacitação profissional no mercado das Artes e Humanidades e incentivar o empreendedorismo na indústria cultural, além de tornar as produções corpo e gênero diversas mais acessíveis para todas as pessoas que desejam aprender mais sobre elas, fortalecendo seu reconhecimento social. Além disso, organiza as atividades de Divulgação Científica do AHMUTHA e oferece suporte para pesquisadores, instituições públicas e privadas, estudantes e o público em geral.
Como parte das ações de inauguração, o AHMUTHA promove, em dezembro de 2022 e janeiro de 2023, uma série de cursos. O Primeiro Ciclo de Cursos do Programa em Educação (PE) do AHMUTHA visa promover a difusão de conhecimentos acerca do conteúdo e de seus modos de funcionamento e investir em processos pedagógicos acerca de memórias, histórias, museologias, produção de dados e arquivos corpo e gênero diversos. As inscrições estão abertas e vão até o dia de início de cada curso. Os cursos, gratuitos, com capacidade para 100 pessoas por sala e indicados para maiores de 18 anos, são: “O corpo como arquivo: Entrelaçando história, memória e museologia trans”, de Juno Nedel; “Transjardinagem: Performance como paisagem radical para arquivo vivo trans”, de Ian Habib; “Transencruzilhadas da memória: Preservação das memórias transmasculinas negras brasileiras”, de Bruno Santana; e “Práticas performativas feministas”, com Nina Caetano. Ian ressalta que não é necessário conhecimento anterior e que as atividades práticas desenvolvidas podem, mediante desejo e doação de cada participante, virem a compor o acervo AHMUTHA.
O AHMUTHA foi concebido por Ian Habib em 2021, durante as sexta, sétima, oitava e nona ações do museu, e é fruto do projeto que contou com apoio financeiro do FUNDO ELAS+ Edital Mulheres em Movimento 2021: fortalecendo a solidariedade e a confiança e do EDITAL PROAC Nº 28/2021 – MUSEUS E ACERVOS/REFORMA/AMPLIAÇÃO/
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